Aos 100 por cento do ex-técnico do Sporting, que, em tão poucos jogos, são apenas uma promessa de sucesso, o veterano espanhol contrapõe uns extraordinários 89,5 por cento, correspondentes a 34 vitórias, entre elas a que valeu o título mundial, em 38 jogos.

Paulo Bento conta por triunfos por 3-1 (na recepção à Dinamarca e na Islândia) os seus embates à frente da formação das “quinas”, à qual chegou após a entrada em falso de Portugal na qualificação para o Euro2012.

Com Agostinho Oliveira no banco, face à suspensão imposta ao ex-seleccionador Carlos Queiroz, a selecção lusa começou por empatar em casa com o Chipre (4-4 em Guimarães), para, depois, cair na Noruega (0-1).

A FPF, na pessoa do presidente Gilberto Madail, optou, então, por despedir Queiroz, que esteve pela última vez no banco nos oitavos de final do Mundial de 2010, precisamente face à Espanha, que Portugal reencontra quarta-feira.

Desta forma, bem se pode dizer que Paulo Bento ocupa o cargo de seleccionador luso... por culpa de Vicente Del Bosque, que bateu a equipa das “quinas” por 1-0 e começou a escrever, em definitivo, o fim da “era” Queiroz.

Se o ex-treinador dos “leões” está no cargo por culpa dos resultados – e de outros problemas - do antecessor, Del Bosque entrou para o lugar de um técnico que saiu pela porta “gigante”: Luis Aragonés, que levou a Espanha ao título europeu em 2008.

Depois da vitória de 1964, a Espanha estava, 44 anos depois, de volta aos títulos, pelo que o treinador que havia levado o Real Madrid à conquista de duas “Champions”, uma Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia entrou com a fasquia colocada num patamar muito elevado.

Era difícil fazer melhor, mas Del Bosque, apoiado no “super Barça” de Guardiola, conseguiu mesmo a “missão impossível” de fazer da Espanha a oitava campeã mundial da história, depois de Uruguai, Itália, Alemanha, Brasil, Inglaterra, Argentina e França.

Sob o seu comando, a “roja” disputou 38 encontros e só não ganhou quatro: dois antes do título (0-2 com os Estados Unidos, nas meias finais da Taça das Confederações, e 0-1 com a Suíça, a abrir a fase final do Mundial2010) e outros tantos após a conquista do ceptro.

No primeiro embate com a estrela de campeões mundiais ao peito, os espanhóis empataram 1-1 com o México, tendo, entre três triunfos a abrir a qualificação para o Euro2012, perdido por 4-1 na Argentina.

Del Bosque vai voltar a defrontar Portugal, que, no banco, já não terá um também ex-técnico do Real Madrid, mas um jovem ainda invicto e que, sem medo dos campeões da Europa e do Mundo, já avisou: “Queremos jogar e não ficar a ver a Espanha a jogar”, prometeu Paulo Bento.