«É muito forte. É uma linguagem militar chamar-me desertor. Com a mesma linguagem eu podia chamá-lo de mercenário», respondeu, este sábado, Ricardo Carvalho, ao mesmo tempo que se mostra «disponível» para voltar à Seleção Nacional.
«Quando se vai para a guerra a troco de dinheiro, e não se vai por paixão e amor ao país, é-se mercenário. Eu estou na Selecção por amor e paixão. O selecionador está na Seleção Nacional porque lhe pagam para ser selecionador. Entristece-me, porque, apesar do que se passou, acho que eu não merecia», explicou, em entrevista à RTP.
Ricardo Carvalho voltou a dizer, tal como no comunicado enviado na quarta-feira, que se sentiu «desrespeitado» durante o estágio de preparação para o desafio em Chipre, onde Portugal acabou por vencer por 4-0.
«Quando cheguei do treino achei que não me tinham respeitado e senti que estava a mais. Fizeram-me sentir isso. Cheguei ao quarto e nem troquei de roupa. Peguei na minha mochila e fui direto para o carro. Não foi nada premeditado. Estava de cabeça quente e acabei por sair sem falar com ninguém, o que foi o meu grande erro. Não falei com os diretores da Federação, quando o devia ter feito», concede.
O defesa do Real Madrid acha que «houve um certo aproveitamento do treinador de um episódio que não foi o mais correto» por parte do jogador: Ele aproveitou para pisar-me e massacrar-me um pouco. Isso nunca fiz».
Carvalho diz que tudo o que aconteceu «foi uma grande injustiça», porque «tinha treinado bem», quando viu que a titularidade seria para Pepe, com o qual costuma partilhar o eixo da defesa no Real Madrid, sublinhando que nada tem contra o colega.
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