A candidatura ibérica, que tem como rivais Inglaterra, Rússia e o projecto conjunto Holanda/Bélgica, não só consegue responder à maioria dos requisitos, como apresenta valores superiores aos concorrentes em matérias como a expectativa na venda de bilhetes e o orçamento mais baixo para construção e renovação de estádios.

Na sequência das inspecções efectuadas aos países candidatos, o organismo concluiu que os ibéricos apresentam melhores condições, falhando apenas num requisito: menos campos de treino nas cidades-sede do que os exigidos pela FIFA, com apenas 42, metade dos 84 requeridos.

No relatório da comissão de avaliação da FIFA, o quadro comparativo mostra que Portugal e Espanha têm outras valências, em especial na capacidade das suas unidades hoteleiras para estágio e treino, na projecção da venda de bilhetes, e alojamento para as equipas nas cidades de jogo.

De todas as candidaturas para 2018, a ibérica parece ser a melhor colocada, enquanto Holanda e Bélgica apresentam “falhas” em quatro dos itens (campos de treino nas cidades-sede, hotéis nas cidades-sede, campos de treino para estágio das equipas e na capacidade hoteleira global).

Já Inglaterra, uma forte concorrente à organização, apresenta “problemas” também nos campos de treinos das cidade-sede e na acomodação, com os ingleses a oferecerem apenas 10 700 vagas em hotéis contra as 60 000 exigidas pela FIFA.

Um capítulo em que Portugal tem boa resposta, com 85 000 “camas”, um valor que apenas é superior na Rússia, com uma oferta de 100 000.

No resumo hoje elaborado, a FIFA assinala que 40 por cento da capacidade está situada nas cidades de Barcelona e Madrid e que em transportes a candidatura apresenta três aeroportos principais, em Madrid, Barcelona e Lisboa, e com comboio de alta velocidade, cuja rede deverá estar completa em 2012.

A candidatura russa cumpre todas as exigências, mas tem a “desvantagem” de ainda ter de construir 13 estádios, ter uma estimativa de orçamento para renovação e construção de quase o dobro de Portugal e Espanha, com 3820 milhões de dólares (2834 milhões de euros) contra os 2000 milhões (1484 milhões de euros) da candidatura ibérica.

Também na venda de bilhetes, a projecção para russos e inglesas fica bastante abaixo de Portugal e Espanha. A candidatura ibéria tem uma projecção de 3 674 000 bilhetes vendáveis, mais cerca de 500 000 do que a russa e mais 300 000 do que a inglesa.

No orçamento para despesas, os mais contidos são os belgas e holandeses, com uma previsão de 541,6 milhões de dólares (401 milhões de euros).

A Rússia apresenta valores na ordem dos 641 milhões (475 milhões de euros), Portugal e Espanha de 675 (501 milhões de euros) e Inglaterra de 722 (536 milhões de euros).

A decisão da FIFA em relação à organização do Mundial é anunciada a 02 de Dezembro, não só em relação a 2018, mas também de 2022, à qual concorrem Austrália, Qatar, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.