A seleção portuguesa de futebol perdeu os últimos nove jogos com a sua congénere de França e só venceu cinco de 23 encontros, entre oficiais e particulares, o último há mais de 40 anos. Nem com Fernando Santos, que já quebrou ciclos negativos com Argentina e Itália, Portugal logrou ‘pontuar’, ao cair por 2-1 a 11 de outubro de 2014.

No Stade de France, Portugal começou praticamente a perder, com um golo de Karim Benzema, logo aos três minutos, tendo o médio Paul Pogba dilatado a vantagem gaulesa, aos 69. Aos 77, na conversão de uma grande penalidade, Ricardo Quaresma ‘fez’ de Ronaldo, já substituído, e assinou o tento luso.

A França começou a ganhar o estatuto de ‘besta negra’ lusa no Europeu de 1984, quando, como anfitriã, impediu Portugal de chegar à sua primeira final de uma grande competição, ao vencer por 3-2, após prolongamento, no Velódrome, em Marselha.

Depois de Jean-François Domergue adiantar os gauleses, a formação comandada pelo recém-malogrado Fernando Cabrita deu a volta ao resultado, graças a um ‘bis’ de Jordão, servido pelo génio de Chalana, a segunda vez já no tempo extra.

A formação das ‘quinas’ já ‘via’ a final, mas os últimos cinco minutos foram devastadores, com Domergue a ‘bisar’ e Michel Platini, quase em cima dos 120 minutos, a qualificar a França para a final, que ganharia (2-0 à Espanha).

Dezasseis anos depois, as duas seleções voltaram a encontrar-se numa meia-final de um Europeu, em 2000, na Holanda e Bélgica, e tudo foi muito idêntico.

A 28 de junho de 2000, em Bruxelas, o ‘onze’ de Humberto Coelho saiu na frente, com um tento de Nuno Gomes, mas Thierry Henry empatou e, já na parte final do prolongamento, outro ‘10’ gaulês, agora Zinedine Zidane, resolveu, de penálti.

A grande penalidade foi originada por uma mão de Abel Xavier, assinalada por um dos auxiliares do árbitro, que não viu o lance. Os futebolistas portugueses clamaram, em uníssono, que, na área contrária, a falta não seria marcada.

A França ainda negou a Portugal uma terceira final, agora a que seria a primeira num Mundial, quando, a 05 de julho de 2006, no Allianz Arena, em Munique, superou a formação liderada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari.

Para não variar, o triunfo foi conseguido por um golo de diferença, agora 1-0, selado em mais um penálti concretizado por Zidane, aos 33 minutos, depois de uma falta tão infeliz como desnecessária de Ricardo Carvalho.

Para encontrar as cinco vitórias lusas é preciso ir ao ‘baú’ das recordações, onde se encontra, por exemplo, a goleada por 4-0 de 16 de março de 1927, materializada com um ‘bis’ de José Manuel Martins (Sporting) e outro de Pepe (Belenenses).

Depois, Portugal ainda venceu por 2-0 em 1930, no Porto, por 2-1 a 14 de abril de 1946, em Lisboa, no que é ainda o último triunfo caseiro, e por duas vezes em Paris, nos anos 70: 2-1 em 1973, com dois tentos do ‘rei’ Eusébio, e 2-0 a 26 de abril de 1975 - seguiram-se nove desaires.

O 24.º embate entre a formação das ‘quinas’ e a gaulesa, anfitriã do Europeu de 2016, realiza-se esta sexta-feira, no Estádio José Alvalade, às 19h45.