Quase seis meses após se terem sagrado vice-campeões do Mundo de sub-20 de futebol, pouco ou nada mudou na carreira dos 21 jovens lusos que estiveram na Colômbia, sendo que apenas quatro deles conseguiram dar o "salto".

No dia 21 de agosto do ano passado, Portugal superava todas as expetativas e disputava a final do Campeonato do Mundo de sub-20, acabando por sair derrotado aos pés do Brasil (3-2), mas com a convicção de que ali se tinham aberto as portas para os jovens lusos.

Meio ano depois da brilhante caminhada na Colômbia, ficaram as promessas, mas as portas continuam fechadas para a grande maioria dos atletas, que apenas a espaços têm conseguido jogar nos respetivos clubes.

Roderick Miranda, Cédric Soares, Amido Baldé e Alex foram os únicos a conseguir superar a barreira pós-Mundial, alcançando uma média de utilização superior à que tinham registado antes da competição.

Após ter somado 469 minutos ao serviço do Benfica, sendo titular em cinco jogos, durante a época 2010/2011, Roderick Miranda foi emprestado aos suíços do Servette, onde já leva 973 minutos e 10 partidas como titular.

O lateral direito Cédric Soares contabilizou 247 minutos e cinco jogos a titular ao serviço do Sporting, mas esta época, na Académica, o técnico Pedro Emanuel já lhe confiou a titularidade em 16 ocasiões, somando um total de 1080 minutos em todas as competições.

Já o ponta-de-lança Amido Baldé, que apenas participou num encontro do Mundial, leva 874 minutos de utilização, nove jogos como titular e quatro golos pelo Cercle Brugge, da Bélgica, quando, em 2010/2011, contabilizou 205 minutos e nenhuma entrada no "onze" inicial do Santa Clara.

Quanto ao extremo Alex, manteve a confiança do treinador do Santa Clara, Bruno Moura, e está a caminho de superar o registo da temporada passada, já que, iniciada a segunda metade da época, leva 1133 minutos e 14 jogos como titular (quatro golos), ao passo que em 2010/2011 somou 1669 minutos e 20 partidas como titular.

Além deste quarteto, apenas o "capitão" Nuno Reis tem motivos para sorrir, pois pouco mudou relativamente à temporada transata, em que havia sido um dos mais utilizados pelo Cercle Brugge, com 32 encontros como titular e 2880 minutos, enquanto agora soma 18 partidas como titular e 1611 minutos.

No restante, quase nada mudou e, em alguns casos, o pós-Mundial revelou-se uma autêntica desilusão, apesar de 16 dos 21 atletas terem mudado de clube.

Entre os guarda-redes, Mika, que foi eleito o melhor do Mundial, mudou-se da União de Leiria (270 minutos e três jogos como titular) para o Benfica, onde, este ano, apenas contabiliza seis jogos como suplente não utilizado, enquanto Tiago Maia e Luís Ribeiro mantêm a praticamente a mesma situação de "anonimato" da época passada.

Dos jogadores do setor defensivo, o central Tiago Ferreira continua exclusivamente a jogar pela equipa sub-20 do FC Porto, ao passo que Mário Rui passou de titular absoluto no Fátima (26 jogos a titular e 2317 minutos) a presença esporádica no Gubbio, de Itália (nove jogos como titular e 938 minutos).

Por outro lado, o lateral esquerdo Luís Martins, o mais jovem entre o selecionado luso, subiu aos seniores do Benfica, somando três jogos (um como titular), num total de 65 minutos.

Júlio Alves (17 minutos), Saná (33) e Danilo (60) não contabilizam qualquer titularidade na atual temporada, à semelhança de Pelé, que apenas tem competido na equipa sub-20 do AC Milan, enquanto Sérgio Oliveira tem mantido o baixo registo (três jogos a titular), com apenas menos 120 minutos que na temporada passada.

O avançado Rafael Lopes é o caso mais dececionante, já que totaliza 743 minutos e apenas seis jogos como titular ao serviço do Vitória de Setúbal, quando, antes do Mundial, tinha somado 26 titularidades e 2218 minutos (10 golos) pelo Varzim.

Situação parecida vive o companheiro de setor Serginho, que passou de 19 entradas no "onze" titular do Trofense para apenas duas no Beira-Mar, enquanto Caetano pouco tem jogado relativamente à época de estreia no Paços de Ferreira.

Apesar da menor utilização, Nélson Oliveira, segundo melhor jogador do Mundial, tem enfrentando as dificuldades inerentes à presença num dos "grandes" portugueses, embora comece a conquistar o seu espaço no plantel do Benfica, onde já leva quatro jogos como titular e 248 minutos (dois golos), depois dos 1314 minutos que totalizou no Paços de Ferreira.