José Neto, mestre em psicologia desportiva, afirmou hoje que, caso se realize o jogo Bélgica-Portugal, os jogadores têm de ser preparados de modo a olhar para a adversidade como padrão para conquista de objetivos, depois dos atentados de hoje.
A cidade de Bruxelas foi hoje de manhã abalada por dois atentados, com duas explosões no aeroporto e uma no metro da capital da Bélgica, que fizeram pelo menos 26 mortos e mais de 100 feridos.
Portugal tem agendado um jogo particular com a Bélgica, a 29 de março, no estádio Balduíno, em Bruxelas.
À margem do Fórum do treinador de futebol e futsal, que termina hoje, em Setúbal, José Neto salientou a boa decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de entrar em contato com a federação belga, mas explicou que não se deve dar como resposta "a fuga".
"Coisas desta natureza mexem sempre com os jogadores, mas não podemos ter como resposta a fuga. A fuga à ‘intempérie’ dá origem a uma certa incapacidade para a resolução dos problemas. A Federação Portuguesa de Futebol tomou uma boa decisão em analisar a situação, mas se for dada a ordem para jogar, há que ir olhando para a adversidade como máximo padrão para a conquista dos objetivos", afirmou.
Sobre o comportamento dos jogadores de futebol neste tipo de situação, José Neto explicou as estratégias que devem ser tomadas.
"Os jogadores têm de ser trabalhados, isto pode mexer com eles, mas as questões não são lineares. Há estratégias de organização processual em relação ao pensamento que tem de ser modeladas: comportamentos de ação, segurança efetiva, visualização mental de situações de sucesso, eliminações de focos de desistência... uma série de dados, mas a fuga não é o melhor remédio. Os jogadores têm de ser heróis", referiu.
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