O antigo seleccionador falava antes de ser ouvido na Polícia Judiciária (PJ), depois de ter movido um processo-crime contra Laurentino Dias, Luís Horta e os três médicos envolvidos na acção de controlo antidoping, que originou um processo disciplinar a Queiroz.

“Não tenho dúvidas nenhumas, agora são as autoridades competentes que vão ter de comprovar isso. Há factos que estão no processo que são inquestionáveis e sobre esses não há dúvidas nenhumas. Deles resultam suspeitas que são graves e que eu vou entregar às autoridades para que eles possam investigar”, afirmou.

À entrada para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), Queiroz disse esperar “uma investigação justa e isenta e, confirmando-se os factos, que as entidades competentes façam estas pessoas assumir as responsabilidades”.

“Alteração de datas, relatórios colocados em datas que são truncadas, declarações que são feitas 50 dias depois, absolutamente coincidentes, relatórios preenchidos com letras que não são aquelas que foram subscritas pelos médicos que assinaram o primeiro relatório. Como é possível, ser conduzido um inquérito sobre pessoas que o próprio inquiridor não conhece”, questionou.

Carlos Queiroz disse que primeiro é necessário “esperar que as autoridades competentes investiguem com todo o detalhe” factos que considera “inquestionáveis” e só depois pensar num possível pedido de indemnização.

O ex-seleccionador foi castigado pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) com seis meses de suspensão, devido a alegados insultos a elementos do organismo que fizeram um controlo no estágio da selecção portuguesa, na Covilhã, antes do Mundial de 2010.

A queixa-crime apresentada pelo ex-seleccionador contra os intervenientes no processo de inquérito que lhe foi movido pelo ADoP é fundamentada na alegada existência de “indícios de fraude processual”.