A seleção portuguesa de futebol pode selar quinta-feira, em Braga, o terceiro apuramento ‘prematuro’ da sua história, e primeiro rumo a um Europeu, bastando um empate na receção à Dinamarca para ‘igualar’ as campanhas de 1966 e 2006.

Em vésperas daquela que será, certamente, a sua 12.ª fase de qualificação bem-sucedida, Portugal só conseguiu ‘dispensar’ o último jogo nas corridas aos Mundiais de 1966 e 2006, sob o comando de Manuel da Luz Afonso e do brasileiro Luiz Felipe Scolari, respetivamente.

Desta vez, os comandados de Fernando Santos podem garantir quinta-feira um lugar no Europeu de 2016 e ir ‘cumprir calendário’ à Sérvia, no domingo, cenário nunca vivido nas anteriores qualificações para campeonatos da Europa.

Portugal selou o ‘passaporte’ para os Europeus de 1984, 1996, 2000 e 2008 no derradeiro encontro de qualificação e para a edição de 2012 no ‘play-off’, sendo que, em 2004, marcou presença na fase final na qualidade de anfitrião.

No que respeita aos Mundiais, o último jogo da fase de apuramento valeu a Portugal um lugar nas edições de 1986 e 2002. Em 2010 e 2014, a equipa das ‘quinas’ só logrou a qualificação no ‘play-off’.

A seleção lusa chegou pela primeira vez a uma grande competição em 1966 e consegui-o logo dispensando o derradeiro encontro, graças a quatro triunfos consecutivos a abrir, seguidos de um empate suficiente na receção à Checoslováquia.

Autor de três golos no jogo caseiro com a Turquia (5-1), um em solo turco (1-0), outro na Checoslováquia (1-0) e mais dois em casa frente à Roménia (2-0), o ‘rei’ Eusébio da Silva Ferreira foi o grande ‘herói’ do histórico apuramento.

Ao quinto jogo, o ‘nulo’ com os checos, no Porto, a 31 de outubro de 1965, qualificou, desde logo, Portugal, que, assim, foi ‘passear’ à Roménia, onde perderia por 2-0.

Depois, foi preciso esperar 40 anos por nova qualificação ‘descansada’, sem a necessidade da ‘calculadora’, de fazer contas mais ou menos impossíveis para selar os apuramentos.

Sob o comando de Scolari, que havia levado Portugal à final do ‘seu’ Europeu (0-1 com a Grécia, na Luz), a seleção lusa entrou com dois triunfos (2-0 na Letónia e 4-0 à Estónia), cedeu um impensável empate no Liechtenstein (2-2), mas, na resposta, ‘cilindrou’ a Rússia (7-1).

Seguiu-se nova goleada, no Luxemburgo (5-0), quatro pontos face à Eslováquia (1-1 fora e 2-0 em casa), um suficiente 1-0 na Estónia, um expressivo 6-0 com os luxemburgueses e um pragmático ‘nulo’ em Moscovo.

Como agora, a formação das ‘quinas’ ficou a um ponto do apuramento: bastava um empate na receção ao Liechtenstein, que, a 08 de outubro de 2005, em Aveiro, Portugal bateu por 2-1, com reviravolta, selada por Pauleta e Nuno Gomes.

Quatro dias depois, a seleção lusa, já qualificada, fechou a qualificação com um triunfo por 3-0 na receção à Letónia, no Porto, com um ‘bis’ de Pauleta, que apontou o 700.º golo da seleção ‘AA’ e ultrapassou o ‘rei’ Eusébio (42 contra 41).

Agora, uma década depois, Portugal volta a ter a possibilidade de conseguir um apuramento sem ser no último jogo ou em ‘play-off’, numa fase de qualificação em que são apurados diretamente os dois primeiros, mais o melhor terceiro de todos os agrupamentos.

Ao contrário do que aconteceu na corrida para os Mundiais de 1966 e 2006, desta vez Portugal começou da pior forma, com um inesperado desaire caseiro perante a Albânia (0-1), que custou o cargo de selecionador a Paulo Bento.

O escolhido foi Fernando Santos, que conduziu a seleção lusa a cinco vitórias consecutivas, todas por um golo de diferença: 1-0 na Dinamarca, 1-0 à Arménia, 2-1 à Sérvia, 3-2 na Arménia e 1-0 na Albânia.

Cristiano Ronaldo, que já havia sido decisivo na campanha rumo ao Mundial de 2006, com sete golos, tem sido a grande figura da formação lusa, com cinco tentos, os que selaram o triunfo em Copenhaga e os dois com os arménios.