A Juventus voltou a mostrar, mesmo ‘ameaçada’ pelo Nápoles, que ainda é seu o destino de vencer a Série A italiana de futebol, com a conquista hoje de um heptacampeonato.

O 34.º título da história da ‘vecchia signora’ – o nome que os trabalhadores costumavam dar às classes abastadas, que estão na origem do clube de Turim, primeiro com a aristocracia britânica e depois com a família Agnelli –, chegou como esperado.

Nem as saídas do central Leonardo Bonucci, do brasileiro Dani Alves ou do francês Patrice Evra desestabilizaram a equipa treinada por Massimiliano Allegri, que viu entrarem Douglas Costa, Blaise Matuidi ou Federico Bernardeschi.

Liderada pelo incontornável capitão e veterano guarda-redes Gianluigi Buffon, de 40 anos, a ‘Juve’ chegou ao sétimo campeonato consecutivo, depois de na última época já ter feito história, ao ter o primeiro ‘hexa’ (seis Ligas) de sempre.

Com uma história nem sempre feliz, em especial com a perda, devido a corrupção desportiva, dos títulos de 2004/05 e 2005/06, este último atribuído ao Inter Milão, o clube de Turim soube reerguer-se.

O plano internacional continua a ser um sonho por alcançar, mas a ‘Juve’, o clube que mais finais da Liga dos Campeões perdeu (sete), voltou a estar nas decisões: nas finais de 2015 (derrota com FC Barcelona) e de 2017 (com Real Madrid).

Continuam longe os títulos europeus de 1985 e 1996, ao contrário daquilo que a equipa de Turim alcança, ano após ano, a nível interno, onde ainda parece não ter rival capaz de contestar a sua hegemonia.

Esta época, o Nápoles esteve perto – chegou a ter 10.000 adeptos à sua espera no aeroporto de San Paolo, depois de vencer em Turim na 34.ª jornada e ficar a um ponto da liderança -, mas a ronda seguinte devolveu a ‘normalidade’ ao campeonato e a resignação aos napolitanos.

Na visita à ‘Juve’, a cinco jornadas do final, o Nápoles, que conquistou os únicos títulos na Série A no ‘reinado’ da estrela argentina Diego Maradona, em 1987 e 1990, ficou a um ponto da frente, e, aparentemente, com calendário mais fácil.

A alegria dos napolitanos não demorou mais do que uma semana, quando na ronda seguinte a equipa caiu com estrondo na visita à Fiorentina (3-0), e a Juventus foi vencer fora o Inter Milão (3-2), dando a volta ao marcador com dois golos nos instantes finais.

Reposta a diferença de quatro pontos, o caminho para o título alargou-se com a ajuda do rival Torino, que impôs novo empate ao Nápoles (2-2) na 36.ª jornada e permitiu à Juventus ampliar a vantagem para seis pontos.

Chegados hoje à penúltima jornada, a Juventus só não seria campeã se perdesse em Roma e o Nápoles batesse a Sampdoria, mas bastou-lhe um empate 0-0 aos ‘bianconeri’ para festejarem o título, tornando inútil o triunfo dos rivais em Génova (2-0).

Num campeonato que Nápoles liderou até à sexta jornada e entre 17.ª e a 26.ª e em que o Inter Milão também passou pela frente, entre a 15.ª e 16.ª ronda, Juventus acabou por repor a ‘ordem natural’ e fez a sua quarta ‘dobradinha’ consecutiva, depois de ter conquistado a Taça de Itália pela 13.ª vez.