A Comissão Médica da Federação Italiana de Futebol (FIGC) recomendou hoje que a retoma dos campeonatos seja efetuada "em três fases", começando com a 'Serie A' e só depois com os restantes escalões, devido à pandemia de COVID-19.
O grupo de médicos e virologistas reuniu-se hoje, por videoconferência, para analisar o regresso das competições transalpinas à normalidade, de forma gradual, anunciou a FIGC, através de um comunicado divulgado no site oficial.
A comissão médica considera ser importante reunir todos os membros das equipas, tanto jogadores como equipa técnica, entre 72 a 96 horas antes de recomeçarem os treinos, para que sejam sujeitos a exames de rastreamento ao novo coronavírus.
"De forma a facilitar a realização destes exames e permitir uma melhor organização logística, deve ser tomada em consideração a possibilidade de o regresso ser feito em três fases, dando prioridade à Serie A [primeiro escalão] e depois recomeçar as Series B [segundo] e C [terceiro]", refere a nota emitida pela FIGC.
O grupo médico sublinhou igualmente que os centros de treino deverão ser desinfetados, tal como os balneários e os hotéis em que fiquem as equipas, caso estas não possuam instalações habitacionais nos respetivos centros de treino.
O presidente da Federação Italiana de Futebol reforçou hoje, em entrevista ao jornal La Repubblica, que a "prioridade absoluta" é terminar a atual temporada da Serie A e apontou novembro como uma possibilidade, estando disponível para atrasar o arranque da época 2020/21.
"A nossa prioridade absoluta é terminar as provas. Não há prazos. Se pudermos jogar em junho, assim o faremos. Se for preciso, retomamos em setembro e encerramos o campeonato em novembro, com a próxima temporada a começar em janeiro do próximo ano", disse o presidente da FIGC, Gabriele Gravina.
O dirigente italiano explicou que, se a Serie A for cancelada, essa situação poderá gerar até mil milhões de euros de prejuízo, assim como ações judiciais e problemas legais entre clubes, jogadores e televisões.
"Não terminar irá criar uma série de controvérsias e de problemas. A próxima edição da Serie A pode ser disputada em cinco meses e existem várias ideias em cima da mesa. Estamos a estudar todas as hipóteses", contou.
A Liga italiana está suspensa desde 09 de março, assim como quase todo o futebol no mundo, devido à pandemia de COVID-19.
Depois de disputadas 26 jornadas, a 'Serie A' é liderada pela Juventus, de Cristiano Ronaldo, que soma 63 pontos, contra 62 da Lazio e 54 do Inter de Milão (menos um jogo disputado).
De acordo com os últimos dados, a Itália registou até agora 162.488 casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus e 21.067 mortos.
A nível global, a pandemia de COVID-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
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