O encontro de futebol de juniores C entre o Desportivo Candal e o Lusitano de Vildemoínhos, domingo, em Vila Nova de Gaia, terminou em confrontos entre os pais dos atletas das duas equipas, registando-se, pelo menos, um ferido.
Segundo fontes de ambos os emblemas, contactadas pela agência Lusa, a partida, da qual o conjunto dos arredores de Viseu saiu vitorioso (3-0), decorreu sempre num clima de hostilidade, com os insultos mútuos a degenerarem em violência.
«Assim que o árbitro acabou o jogo, começaram a chover placas de alumínio dos camarotes, arremessadas por pessoas afetas ao Candal», contou à Lusa o diretor das equipas de formação do Lusitano, João Gomes, salvaguardando não ter estado presente no local.
O dirigente viseense revelou que «o ferido mais grave, que é pai de um dos atletas e também observador da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, levou com uma placa dessas na cabeça», acrescentando que o mesmo indivíduo teve perda de conhecimento e precisou de receber assistência hospitalar.
«Sim, recolhemos um senhor ferido na cabeça no nosso posto médico e socorremo-lo. O INEM [viatura do Instituto Nacional de Emergência Médica] só foi chamado por precaução. Não se tratou de nada de especial», adiantou à Lusa, por seu turno, o coordenador das camadas jovens do Candal, Jorge Marques.
O responsável da equipa da casa defendeu que «quando as pessoas semeiam vento, colhem tempestades» porque, «se estão em casa alheia, têm de ter respeito pelo terreno que estão a pisar».
«Ainda hoje vamos tomar uma decisão sobre o que fazer, ponderando os factos», concluiu Jorge Marques, referindo-se a uma reunião dos dirigentes gaienses sobre procedimentos e medidas a adotar.
Já a direção do Lusitano de Vildemoínhos prometeu levar o caso às últimas consequências, considerando «vergonhoso» que jovens atletas – com 13/14 anos – sejam sujeitos a tais situações.
«Eles estão em pânico. Temos outro jogo com o Candal na segunda fase do campeonato, mas não iremos lá. Provavelmente, vamos perder o jogo e apanhar uma multa, mas não vou obrigar os atletas a ir novamente àquele campo», garantiu João Gomes.
Além da queixa e do relatório que o clube tenciona enviar à Federação Portuguesa de Futebol e ao Ministério da Administração Interna, alguns pais equacionam formalizar queixas junto da Polícia de Segurança Pública (PSP).
O responsável do Lusitano revelou ter já conversado com vários elementos da comitiva que falaram de «momentos de pânico».
«Tentaram fugir para se resguardarem, mas houve pessoas que partiram para agressões a esses pais» e também os atletas «foram agredidos dentro do túnel e das instalações do estádio», disse.
Segundo João Gomes os representantes do emblema de Viseu «pediram ajuda à polícia, mas só lá estavam dois agentes da PSP, que não puderam fazer mais do que a segurança ao árbitro e chamar reforços».
«Só ao fim de cerca de duas horas é que o autocarro saiu de lá, escoltado por quatro carros da PSP, até à estação de serviço de Antuã», concluiu.