No dia em que Real Madrid e Atalanta vão disputar o título de vencedor da Supertaça Europeia, recordamos a única equipa portuguesa que conquistou esta competição, o FC Porto, que em 1988 levou de vencida o Ajax e levantou o troféu no antigo Estádio das Antas.
Além deste feito histórico para o futebol português, os dragões tiveram mais três oportunidades de repetir a conquista, mas não o conseguiram fazer em 2003, 2004 e 2011.
Mas vamos começar pelas história com um final feliz. Na altura que as bigodaças e os cabelos compridos eram moda, o FC Porto estava recheado de figuras que impressionavam em campo e que entraram para a História do clube azul e branco.
Após vencer a Taça dos Campeões Europeus de 1987, num incrível vitória sobre o Bayern Munique (2-1) que celebrizou o calcanhar de Madjer e que teve em Paulo Futre um dos jogadores mais impressionantes nesta célebre caminhada, em novembro da temporada 1987/88 havia mais um troféu para disputar.
Na altura, a Supertaça Europeia ainda era disputada a duas mãos e, pela frente, o adversário era o poderoso Ajax treinado por Johan Cruyff, que contava com vários jogadores relevantes para o triunfo da Holanda no Campeonato da Europa de 1988. Nessa equipa um dos nomes de destaque era o de um jovem Dennis Bergkamp, que mais tarde iria semear o pânico nos relvados da Premier League.
A primeira mão jogou-se no Olympisch Stadion, em Amesterdão (Países Baixos) e o único golo da partida surgiu por intermédio do 'baixinho' Rui Barros, que aos cinco minutos deu uma importante vantagem ao FC Porto.
A segunda mão disputou-se cerca de dois meses depois, já em janeiro de 1988, no antigo Estádio das Antas. Em casa e com um onze onde constavam nomes proeminentes da história portista, tais como Fernando Gomes, João Pinto, Lima Pereira ou Jaime Magalhães, o homem da noite foi António Sousa.
Rondava os 70 minutos, quando o patriarca de uma família do futebol (o filho Ricardo Sousa é treinador e o neto Afonso também é jogador profissional) fez o golo que colocou uma pedra na eliminatória e selou a conquista da Supertaça Europeia para os dragões.
Essa foi uma das páginas mais bonitas da caminha europeia do FC Porto que nunca mais viria a ser repetida, apesar das várias tentativas.
E depois da glória...três tentativas falhadas
No entanto, esta não foi a única vez que o FC Porto teve oportunidade de conquistar esta competição. Houve três outras oportunidades que sucederam a grandes conquistas, mas que não tiveram um final tão feliz como em 1988.
A primeira vez aconteceu em 2003, após a conquista da Taça UEFA. Uma das melhores equipas de sempre dos dragões mediu força com um grande AC Milan, onde jogavam craques como Dida, Maldini, Gattuso, Pirlo, Rui Costa ou Inzaghi e nem se bateu mal.
No entanto, o golo de Andriy Shevchenko, logo aos 10 minutos, foi um contratempo demasiado difícil de contrariar e ficou por terra a hipótese de conquistar a prova pela segunda vez.
No entanto, contra todas as melhores expectativas, os portistas iriam ter uma nova oportunidade de vencer a Supertaça Europeia logo no ano a seguir. Após uma vitória histórica na final da Liga dos Campeões de 2004, contra o Mónaco (3-0), os dragões iam tentar novamente levar mais um troféu para a prateleira, tendo pela frente um forte Valência, que havia sido campeão espanhol nesse ano.
Nesta equipa do FC Porto brilhavam nomes como Vítor Baía, Pepe ou Benni McCarthy, mas Baraja abriu a contagem para os espanhóis, logo aos 32 minutos. Os dragões lutaram mas sofreram o 2-0 por Di Vaio aos 67 minutos. Aos 78' o suplente Ricardo Quaresma reduziu a desvantagem, mas não foi suficiente para impedir a derrota no final do tempo regulamentar.
Uns anos depois, em 2011, o super FC Porto treinado pelo agora presidente André Villas-Boas tinha conquistado a Liga Europa com uma super equipa onde jogavam nomes como Radamel Falcao, Hulk, James Rodríguez ou João Moutinho.
O adversário entre o clube e a conquista da Supertaça Europeia era 'somente', um dos melhores Barcelona de sempre, onde brilhavam Lionel Messi, Dani Alves, Xavi ou Iniesta e que acabara de ganhar a Liga dos Campeões. O inevitável craque argentino abriu o marcador aos 39 minutos, mas os dragões mantiveram a fé no empate até aos 88', quando Fabregas fez o 2-0 e deitou as esperanças portuguesas por terra.
Em quatro tentativas, o FC Porto só por uma vez conseguiu vencer este prestigiado troféu, mas mantém-se como o único clube português que teve a hipótese de o vencer. Nos dias que correm, será difícil repetir o feito alcançado em 1988, mas a História diz-nos que no futebol os impossíveis só existem até alguém os tornar possíveis.
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