O Benfica conquistou a sua oitava Supertaça de Portugal ao golear o Sporting por 5-0, no Estádio do Algarve. Os campeões nacionais começam bem a época, depois de terem conquistado a International Champions Cup. Rafa, Grimaldo, Chiquinho e Pizzi, por duas vezes, foram os autores dos golos, num encontro onde o Benfica mostrou muita eficácia.

Entrada de 'leão' castigada com eficácia 'encarnada'

O que dizem as pré-épocas das equipas? Tirando o entusiasmo provocado nos adeptos por um reforço ou outro, ou vitórias frente a adversários de renome, os jogos de pré-temporada servem essencialmente para os treinadores cimentarem o modelo de jogo, experimentar nuances diferentes e analisar que jogadores darão mais garantias numa ou noutra posição. O Benfica ganhou oito dos nove jogos que disputou, o Sporting não venceu nenhum dos seus seis encontros (três empates e três derrotas).  A princípio, o Benfica era favorito. Mas num dérbi, tudo pode acontecer.

Para contrariar algum favoritismo do Benfica e, à semelhança do que fez na época passada nalguns jogos com os 'encarnados', Marcel Keizer apresentou-se no Estádio do Algarve um Sporting em 3-4-3, só que com três defesas centrais desta vez (dantes era Borja o terceiro elemento da defesa), com Bruno Fernandes mais adiantado, na direita, Raphinha no flanco oposto, Acuña e Thierry Correia nas laterais e Bas Dost na frente. Neto era o único reforço no onze, tal como Raul de Tomás no lado do Benfica, que se apresentou sem surpresas, no seu 4-4-2. O defesa esquerdo Nuno Tavares, a jogar na direita, era outra novidade.

Talvez surpreendido com a disposição tática do Sporting, o Benfica demorou imenso tempo a entrar no jogo. O meio-campo era o terreno de quase todas as batalhas, onde o Sporting apresentava-se com cinco elementos no processo defensivo, retirando o espaço entre-linhas que o Benfica tanto gosta, onde Pizzi costuma aparecer para fazer a diferença.

E no momento em que o Benfica anda no mercado à procura de um guarda-redes, Odysseas Vlachodimos quis mostrar que podem contar com ele: evitou que Ferro fizesse autogolo logo aos três minutos, numa bola que Bruno Fernandes tentava colocar em Bas Dost; aos 28 minutos, novo duelo entre Bruno Fernandes e Odysseas, com o grego a defender com os punhos uma 'bomba' do médio leonino.

Era nas transições rápidas, quando havia espaço, que os campeões nacionais faziam 'tremer' a defesa dos vencedores da Taça de Portugal. A velocidade de Rafa, e os movimentos dos avançados Seferovic e Raul de Tomás iam, de quando em vez, batendo a boa organização defensiva leonina. Aos 17 valeu a leitura de Thierry Correia a fazer contenção e estorvar a ação de Seferovic num lance que podia ter dado golo.

Renan, que tinha sido chamado em duas situações para defesas seguras, nada pode fazer aos 40 minutos, quando Pizzi descobriu Rafa nas costas dos centrais leoninos. O pequenino extremo apareceu que nem uma seta na frente de Thierry e empurrou para o fundo da baliza. Explosão de alegria dos adeptos benfiquistas no Estádio Faro Loulé.

Rafa&Pizzi, sociedade ilimitada: Ora marco eu, ora marcas tu

O Benfica demorou imenso tempo a voltar dos balneários. Bruno Lage deve ter conversado com os jogadores, mostrando-lhes de que forma podiam superiorizar-se ao Sporting em termos de posicionamento. A verdade é que os 'leões' deixaram de fazer circular a bola como no primeiro tempo, com os 'encarnados' a conseguirem pressionar e ganhar a bola ainda no meio-campo ofensivo. Essa pressão deu frutos aos 60 minutos quando Mathieu demorou imenso tempo a tirar o esférico da sua área. Perdeu-a para Rafa que assistiu logo Pizzi para o 2-0. O Benfica voltava a marcar no melhor período do Sporting no jogo.

O 2-0 fez o Sporting subir mais a linha defensiva, deixando espaço para as rápidas transições do Benfica. Aos 62, Rafa apareceu isolado mas, em vez de finalizar, optou por ser vir Pizzi. Apareceu Bruno Fernandes a travar o remate do médio. Mas aos 64 chegou o 3-0, num livre superiormente marcado por Grimaldo. Renan ainda tocou na bola mas não consegui travar o remate do espanhol.

Marcel Keizer aproveitou para desfazer os três centrais, tirando Coates e Bas Dost, lançado Luiz Phellype e Diaby mas já era tarde. Era o Benfica quem criava perigo, sempre em transições, sempre em velocidade. Renan travou o 4-0, a remate de Seferovic, que apareceu isolado mas pouco podia fazer aos 75, num remate de Pizzi, após passe de Rafa. Demasiadas facilidades.

Os 'leões' iam lutando como podiam em busca do golo da consolação, o Benfica ia gerindo e criando perigo em contra-ataques (Renan negou o 5-0 a Seferovic aos 82). Das bancadas os adeptos do Benfica iam dando 'olés' e pedindo 'só mais um'. Que chegou aos 90 minutos por Chiquinho, depois de uma defesa de Renan.

Resultado pesado para o Sporting, num jogo onde o Benfica foi eficaz e marcou nos momentos certos.

O Benfica começa a temporada como terminou a anterior: vencendo, neste caso, a sua oitava Supertaça de Portugal, igualando assim os 'leões' no número de troféus nesta prova. Foi a segunda vez que o Benfica conquistou a prova frente ao Sporting, depois das derrotas em dois anteriores encontros. O Sporting, que só tinha perdido esta prova uma vez, exatamente para o Benfica em 1980 (2-2 e triunfo por 2-1), arranca mal a época, depois de uma pré-temporada onde não venceu qualquer partida: três empates e três derrotas. No próximo fim-de-semana os 'leões' defrontam o Marítimo na Madeira, no arranque da Primeira Liga.

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