O antigo guarda-redes Neno, um dos protagonistas da conquista da única Supertaça de futebol pelo Vitória de Guimarães, frisou a vontade de vencer novamente o troféu e destacou a importância do apoio dos adeptos minhotos.

O Vitória de Guimarães disputou por duas vezes a final da Supertaça e em ambas as ocasiões (1988 e 2011) defrontou o FC Porto, tendo vencido apenas a primeira.

Em 1988, a prova ainda se disputava a duas mãos e o antigo internacional português foi titular em Guimarães e depois no Porto, no antigo Estádio das Antas, tendo contribuído decisivamente para a inviolabilidade das redes minhotas nos dois jogos.

Ao 2-0 da primeira mão, golos de Décio e N'Dinga, no então Estádio Municipal de Guimarães, sucedeu-se um nulo (0-0) no Porto, que deu ao Vitória o seu primeiro troféu - e único até à conquista da Taça de Portugal na última época.

Hoje com 51 anos, Neno lembrou à agência Lusa os dois encontros: «O primeiro jogo foi importantíssimo, porque além de termos marcados dois golos, não sofremos nenhum».

«A equipa cumpriu o que o [treinador brasileiro] Geninho pediu, mas o apoio dos adeptos foi fundamental, foram o 12.º jogador, principalmente no segundo jogo. Ocupámos uma ala praticamente toda no Estádio das Antas. Já naquele tempo, faz agora 25 anos, a massa associativa do Vitória apoiava a equipa da forma entusiástica e alegre. Foram os pais dos miúdos que hoje nos apoiam», recorda o atual relações públicas do clube minhoto.

Neno frisa que o FC Porto «era uma super equipa» e tinha sido campeão europeu pouco tempo antes (1987), mas a crença e a entreajuda dos jogadores vitorianos fez a diferença.

«A equipa transcendeu-se. O jogo correu bem a todos nós, não só a mim. Houve uma entreajuda tremenda e a resposta foi a conquista da Supertaça em que poucos ou quase nenhuns acreditavam. Nós sim porque o treinador incutiu-nos esse objetivo e queríamos fazer parte do historial do clube, que até então não tinha ganho nada», disse.

Para o jogo de sábado, em Aveiro, «o favoritismo pertence sempre ao Porto, mas há essa vontade que é própria do clube e da cidade, e que é perpassada para a equipa, de vencer».

«Os jogadores têm o exemplo recente da conquista da Taça de Portugal: podem fazer parte da história, e alguns deles já fazem, e ganhando a Supertaça será mesmo um momento único porque nós não conseguimos [ganhar as duas provas]», disse.

O ex-guardião admite alguma «fragilidade» no setor mais ofensivo da equipa, dadas as saídas de jogadores como Ricardo, Soudani e Baldé e pelo facto do reforço Maazou previsivelmente não poder jogar por não ter chegado ainda o seu certificado internacional, mas considera que a «vontade pode transfigurar os jogadores».