O FC Porto tem sido totalmente dominante perante o Benfica na Supertaça Cândido de Oliveira de futebol, com 11 troféus conquistados nas 12 vezes que defrontou os ‘encarnados’, que há quase quatro décadas são sempre batidos pelos ‘dragões’.

Mesmo com a prova a duas mãos, ou até com finalíssima, é preciso recuar até 1993, há 30 anos, para encontrar um triunfo do Benfica ou um desaire do FC Porto num duelo entre ambos na competição que normalmente marca o arranque da nova temporada.

No último duelo, em dezembro de 2020, isso não aconteceu, devido aos reajustes do calendário provocados pela pandemia da covid-19, mas o FC Porto voltou a surgir vitorioso, em Aveiro, conquistando a 22.ª Supertaça da sua história com golos de Sérgio Oliveira e do colombiano Luis Díaz.

Por isso, o sofrido triunfo no Benfica na edição de 1984/85 é a exceção à regra e as ‘águias’, então comandadas pelo inglês John Mortimore, bem podem agradecer a conquista ao malogrado guarda-redes Manuel Bento, autor de ‘enorme’ exibição nas Antas.

Depois de vencer em casa por 1-0, com um golo de Diamantino Miranda, aos 37 minutos, a concluir à ‘boca’ da baliza um cruzamento de Shéu, o Benfica empatou a zero no reduto dos ‘azuis e brancos’, em 04 de dezembro de 1985, numa noite de chuva.

Este triunfo dos lisboetas sobre os portistas é histórico, porque é o único, já que, nos restantes 11 embates na Supertaça, o FC Porto venceu sempre, de todas as ‘formas e feitios’, incluindo desempates por grandes penalidades, goleadas históricas e grandes recuperações.

O primeiro duelo aconteceu na época 1981/82, na edição correspondente à temporada transata, com o Benfica, campeão e vencedor da Taça de Portugal em 1980/81, a começar em grande, com um triunfo na Luz por 2-0, selado com um ‘bis’ de Nené.

Os ‘encarnados’ pareciam bem encaminhados para arrecadar o troféu, mais ainda quando Jorge Gomes fez o 1-1 nas Antas, aos 58 minutos, mas Jacques, que já havia marcado o primeiro, chegou ao ‘hat-trick’, antes de Costa apontar o decisivo 4-1, aos 79.

O reencontro deu-se em 1983/84 e o Benfica voltou a começar melhor, com um 0-0 nas Antas, onde Bento defendeu um penálti de Jacques. Na Luz, o dinamarquês Manniche ainda deu vantagem às ‘águias’, mas Frasco e Vermelhinho asseguraram a reviravolta.

Na época seguinte, a Supertaça teve, pela primeira e única vez, quatro jogos: depois de duas vitórias caseiras por 1-0, a do FC Porto, na segunda mão, com um golo de Vermelhinho aos 87 minutos, jogaram-se mais dois encontros e os ‘dragões’ ganharam ambos, por 3-0 em casa, com ‘bis’ de Gomes, e 1-0 na Luz.

Depois da ímpar vitória dos ‘encarnados’, o FC Porto repetiu na oitava edição o que tinha feito na quinta: cedeu um empate caseiro, desta vez a um golo, e, depois, venceu na Luz, por 4-2, com tentos de Madjer, Futre (dois) e Gomes.

Os dois confrontos seguintes foram tirados a ‘papel químico’, com o FC Porto a impor-se em ambos por 4-3 no desempate por grandes penalidades, em finalíssimas disputadas em Coimbra, ambas na época seguinte ao que era suposto.

Nas edições 1990/91 e 1992/93, os ‘azuis e brancos’ recuperaram nas Antas (1-0) dos desaires na Luz (1-2 e 0-1), na segunda ocasião com um tento de Vinha, aos 85 minutos, e no primeiro desempate por penáltis ganharam depois de uma desvantagem de 0-3.

Após empates (1-1 na Luz e 0-0 nas Antas), a edição de 1993/94 foi decidida em finalíssima, que o FC Porto ganhou em Paris (1-0), com um golo de Domingos Paciência.

Em 1995/96, o triunfo dos ‘dragões’ foi inequívoco, com um 1-0 nas Antas seguido por uma impensável goleada em plena Luz por 5-0, selada, em 18 de setembro de 1996, por Artur, Edmilson, Jorge Costa, Wetl e Drulovic, num jogo em que Sérgio Conceição, atual treinador dos portistas, alinhou os 90 minutos.

Depois de muitos confrontos nos anos 80 e 90 do século passado, FC Porto e Benfica apenas se defrontaram três vezes na Supertaça nos últimos 20 anos, já em ‘finais’ a jogo único, a primeira em Coimbra, em 2004/05, resolvida por Ricardo Quaresma (1-0).

Disputado em 07 de agosto de 2010, há mais de uma década, em Aveiro, os ‘dragões’ impuseram-se por 2-0, com um tento do central Rolando, aos quatro minutos, e outro do avançado colombiano Radamel Falcao, aos 67.