O Benfica discute quarta-feira com o Rio Ave a sua primeira de três finais em 12 dias, naquela, a Taça da Liga, que será a menos relevante, mas que acontece numa das mais importantes épocas da sua história.
A Taça da Liga, criada em 2007/08, é um troféu recente na história do futebol português e nunca uma equipa esteve na sua final, na final da Taça de Portugal e na final de uma prova europeia, no caso a Liga Europa.
E o que torna o ciclo ainda mais importante, antes desta final da Taça da Liga, na quarta-feira, em Leiria, frente ao Rio Ave, é que o Benfica já garantiu o título de campeão, o 33.º do seu palmarés, há quase duas semanas, a 20 de abril.
A Taça da Liga é a primeira final no fechar de uma época que pode ser de sonho, seguindo-se a final da Liga Europa, em Turim frente ao Sevilha (14 de maio), e a da Taça de Portugal, novamente com o Rio Ave, no Jamor (18 de maio).
Foi uma temporada em que o Benfica até nem começou bem, mas uma gestão eficaz do treinador, depois dos erros do ano passado, permitiu-lhe segurar antes de tempo o título e gerir bem no que às “taças” diz respeito.
Na Taça da Liga, Jorge Jesus fez por rodar o plantel, dando muitas vezes lugar a jogadores menos utilizados, que fizeram o pleno de vitórias na fase de grupos (1-0 na casa do Nacional e, na Luz, 2-0 a Leixões e 1-0 a Gil Vicente) e, com 10, eliminaram do FC Porto nas meias-finais, em pleno Dragão (4-3 nos penáltis).
Nos quatro jogos realizados até à final, foi apenas no primeiro que apostou numa equipa com muitos habituais titulares, na visita ao Nacional (golo de Mexer na própria baliza), embora tenha colocado Sílvio, Jardel e Sulejmani no “onze”.
A partir daí, o técnico benfiquista geriu, com os recursos apenas necessários para seguir em frente. Apostou muitas vezes nos menos utilizados e até recorreu à equipa B (João Cancelo, Hélder Costa, Funes Mori ou Bernardo Silva).
Mesmo nas meias-finais, no Estádio do Dragão, frente a um FC Porto praticamente na máxima força, Jorge Jesus viu-se obrigado a fazer escolhas: o Benfica estava entre as duas mãos das meias-finais da Liga Europa (na qual eliminou a Juventus).
Um jogo, no Estádio do Dragão, que a equipa ganhou no desempate por grandes penalidades, depois de estar reduzida quase uma hora a 10 jogadores (expulsão de Steven Vitória) – tal como acontecera na Taça de Portugal com o mesmo adversário.
Do 11 preferencial na Liga, Jorge Jesus colocou apenas três jogadores em campo: Oblak (com uma grande exibição), Siqueira e Lima, este a ter que sair para dar lugar a Garay e após a expulsão de Steven Vitória. Markovic e Enzo Pérez entraram mais tarde.
O “onze base” na Taça da Liga, na qual o Benfica é recordista de troféus (2008/09, 2009/10, 2010/11, 2011/12), apenas tem Oblak e Lima como indiscutíveis titulares e Sílvio e Siqueira a alternarem no lado esquerdo da defesa.
De resto, Jesus contou preferencialmente com André Almeida, Jardel (o único totalista da equipa na competição), Steven Vitória, André Gomes, Ruben Amorim, Ivan Cavaleiro, Sulejmani e Funes Mori.
Na quarta-feira, no Estádio Municipal de Leiria, o treinador dos "encarnados" deverá manter um critério de alguma gestão, embora seja plausível que recorra a Enzo Pérez, Sálvio ou Markovic, jogadores que não podem jogar a final de Turim, por castigo.
Com o título na “mão”, o Benfica pode repetir a proeza do FC Porto em 2010/11 (foi campeão, venceu a liga Europa e a Taça de Portugal), e ainda com o bónus de lhe juntar a Taça da Liga, o que seria absolutamente inédito.
Um cenário que o Benfica nunca saboreou em 110 anos de história, embora por duas vezes tenha sido campeão e estado na finais europeias e da Taça de Portugal. Em 1964/65 perdeu na final da Taça de Portugal e na Taça dos Clubes Campeões Europeus e em 1982/83 venceu a Taça de Portugal e perdeu na final da Taça UEFA.