Uma equipa muito pouco habitual do Benfica conseguiu o mais habitual para os encarnados esta época: vencer. Na receção ao Arouca, em jogo da segunda jornada do grupo A da Taça da Liga, os encarnados foram fiéis ao seu compromisso com esta prova, para a qual partem com o objetivo de chegar ao sexto título.
A estreia absoluta de Rui Fonte na equipa principal foi a grande novidade no ‘onze’, à qual se juntou ainda a aposta no jovem Gonçalo Guedes e os regressos de Sílvio, Artur, Sulejmani, Pizzi, Cristante e Derley aos titulares. Tudo somado resultou num Benfica coeso e que reflete o maior trunfo de Jorge Jesus nesta temporada: sem estrelas ao nível de anos anteriores, os encarnados conseguem mudar as peças sem grandes perdas de identidade ou equilíbrio.
Por outro lado, o fosso abismal entre as duas equipas nesta noite de quarta-feira só foi possível com uma exibição muito pálida do Arouca. A formação treinada por Pedro Emanuel atuou na Luz com alguns elementos ‘secundários’ e passou ao lado do jogo. E o facto de o clube ter chegado já a este encontro com reduzidas chances de poder seguir em frente pesou ainda mais na fragilidade da equipa nortenha.
Ato contínuo, o Benfica teve atitude, confiança e espaço para impor o seu futebol pressionante e ofensivo. Sem a nota artística que se evidenciara contra o Vitória de Guimarães, mas com alguns bons momentos e uma segurança e superioridade contínuas.
Com estes ingredientes, o mais estranho mesmo foi a espera até ao primeiro golo, que surgiu apenas aos 31 minutos e na sequência de uma grande penalidade, que marcou o jogo de forma indelével. Dabó derrubou Rui Fonte na área e o Arouca foi triplamente penalizado por isso: penálti, expulsão do defesa e golo de Pizzi, com uma conversão exemplar.
O domínio claro que o Benfica já exercia tornou-se absoluto a partir desse instante. O Arouca nunca mais conseguiu incomodar Artur na baliza encarnada e raramente saiu do seu meio-campo. Mais: chegaria ainda ao intervalo com mais um golo sofrido. Aos 42’, Cristante disparou forte de fora da área e viu a bola ainda ser desviada por um defesa, traindo assim o guarda-redes Rui Sacramento. O primeiro golo do italiano pelo Benfica dava o 2-0 e colocava ainda um ponto final no jogo.
A história da segunda parte do jogo resume-se a uma frase: hegemonia do Benfica que só foi sublimada no minuto 84, com dois golos seguidos. Primeiro, por Salvio, depois, por Jonas, nos quais os dois suplentes - que entraram no início da segunda parte - só tiveram de encostar para faturar. E assim o marcador saltou num ápice de 2-0 para 4-0, consumando uma goleada que se anunciava já desde que o Arouca passou a jogar com 10 elementos.
Era um castigo duro e pesado para o Arouca, que, apesar do esforço dos jogadores, nunca deixou de ser uma sombra do que já fez esta temporada. Em sentido inverso, o Benfica parece dar indícios de maior crescimento e maturidade, com Jorge Jesus a ver agora o seu leque de opções mais alargado, face ao sucesso da aposta em jogadores habitualmente menos utilizados.
No entanto, a campanha imaculada dos encarnados na prova precisa de mais um “carimbo” em Moreira de Cónegos, onde o Benfica vai defender o primeiro lugar do grupo A – e respetiva vaga nas meias-finais - contra o Moreirense, que tem quatro pontos e está a dois pontos do líder. O Moreirense-Benfica está agendado para o próximo dia 21 de janeiro.
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