Quase dez meses depois, o Estádio do Dragão voltou a viver aquele pequeno (ou grande) nervosismo de cada vez que Helton joga a bola com os pés. É um daqueles detalhes que já se tornou um clássico e que muitos adeptos portistas esperavam voltar a experienciar. O regresso do guardião brasileiro foi, para todos os efeitos, a grande nota de destaque de uma partida que, de resto, nem chegou a "aquecer".
A noite foi do veterano, mas também dos jovens. Ruben Neves regressou após lesão e entrou diretamente para o "onze" portista. O médio de 17 anos, a jogar um pouco mais adiantado do que o espanhol Campaña, voltou a demonstrar a invulgar maturidade que o tem colocado na lista dos talentos mais promissores em Portugal, com passes "certinhos" e um ou outro remate ensaiado.
Já Ivo Rodrigues estreou-se em absoluto pela equipa principal portista, numa partida que lhe podia ter corrido bem melhor. Depois de uma primeira parte sem grande brilho, o avançado de 19 anos acabou por abandonar o jogo. Segundo explicou o próprio treinador portista, a substituição foi forçada, já que Ivo contraiu uma lombalgia.
Quanto ao jogo, pouca história: com uma equipa composta em grande parte por jogadores de "segunda linha", o FC Porto conseguiu uma vitória justa, mas esteve muito longe de deslumbrar os 11,510 adeptos que enfrentaram o frio para assistir "in loco" a este duelo com o bem mais modesto União da Madeira.
Os visitantes assumiram a função que lhes competia, a de tentar ao máximo evitar o golo portista, e ainda resistiram de forma eficaz durante 25 minutos. Só que depois surgiram as individualidades, em especial Juan Quintero. O colombiano inaugurou o marcador com uma boa iniciativa individual e esteve sempre muito ativo em busca de espaços. A adaptação ao flanco direito parece fazer-lhe bem.
Ainda na equipa portista, nova nota negativa para Adrián López, o tal desejo caro de Julen Lopetegui que tarda em afirmar-se. Ocupou o lugar de ponta-de-lança mas foi sempre demasiado previsível, mesmo perante uma defesa que disputa o segundo escalão português. Diz-se que não é a posição dele, mas nesse caso porque não aproveitar a oportunidade para apostar também no jovem Gonçalo Paciência, que ficou no banco?
Dado o pouco brilhantismo do lado portista, este duelo podia ter servido para mostrar ao país alguns talentos da Segunda Liga, mas nem isso. A estratégia claramente defensiva adotada pela equipa de Vítor Oliveira dificultou a tarefa de procurar novas caras, com Élio Martins a surgir como único destaque. O avançado de 29 anos, que já andou pela Primeira Liga ao serviço do Beira-Mar, apontou um golo muito festejado no banco madeirense, mesmo sabendo que de pouco serviria para evitar uma derrota já esperada.
Juntando ao golo de Quintero os de Ricardo Quaresma e Evandro (no caso do brasileiro, segundo jogo consecutivo a marcar), o FC Porto conseguiu cumprir a sua obrigação e subir ao primeiro lugar do grupo D da Taça da Liga, uma competição que está longe de constituir a grande ambição dos portistas mas que Lopetegui garante não vir a descurar. Para Vítor Oliveira, a viagem ao Dragão serviu para experimentar um duelo diferente daqueles que o União da Madeira disputa no segundo escalão.
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