O FC Porto, tetracampeão nacional, derrotou o Sertanense por 4-0 nas últimas duas edições da Taça de Portugal e voltou a sair em sorte à equipa da Sertã, actual 8ª classificada da Série Centro da II Divisão.

“Acho um pouco impossível, até parece bruxedo. Como é que é possível em tantos clubes ser três anos a fio [com o FC Porto]”, disse hoje à agência Lusa Jaime Nunes, taxista naquela vila do distrito de Castelo Branco.

Para Jaime Nunes, se o sorteio tivesse ditado Sporting ou Benfica, as finanças do Sertanense sairiam beneficiadas.

“Talvez ficasse com mais dinheiro depois do jogo, porque toda esta comunidade da Sertã e arredores reside na faixa de Lisboa. Para a zona do Porto não há por lá ninguém daqui”, argumentou.

Opinião idêntica tem Armindo Lopes que alude à divisão de verbas entre os dois clubes, resultante da partida agendada para o Estádio do Dragão.

“Vamos fora, não gastamos aqui dinheiro, vamos ao Porto e [a receita] é metade/metade”, sublinhou.

Sem grande fé numa surpresa ao nível do resultado final do jogo, Armindo Lopes espera que a equipa consiga “ao menos” marcar um golo, em casa do FC Porto.

“Não digo que é ganhar, mas marcar o golo de honra era importante”, frisou.

Rosalina Serra, do Grupo Coral do Sertanense, manifestou apoio à equipa de futebol, assegurando que apesar das derrotas nas últimas duas edições da Taça de Portugal, há pela Sertã “esperança” numa surpresa.

“Perderam aqui mas a esperança está sempre no coração de um ser humano. Desta vez acho que vamos ganhar ao Porto”, resumiu.

Já o empresário Paulo Farinha, presidente do Sertanense, acertou, de véspera, no resultado do sorteio, classificando o encontro frente ao FC Porto como um “clássico” do futebol português.

“Quando me disseram [o resultado do sorteio] sorri por que ainda ontem [Domingo] comentei que ia sair o Porto e todos acharam piada. Fiquei muito contente, já é um clássico”, afirmou.

Lembrou, por outro lado, que a equipa da Sertã, chegou a esta fase da prova “com todo o mérito”.

O presidente espera agora uma boa assistência no Dragão, que possa resultar em fundos para o clube comprar um novo autocarro, a exemplo do sucedido há dois anos, quando o clube adquiriu uma viatura, em segunda mão, com a receita do jogo da Taça de Portugal com o FC Porto.

“Já estamos a precisar de mudar de autocarro. Pode ser que dê para comprar outro e este ficava para as camadas jovens”, brincou.