Logo à quarta eliminatória, o FC Porto está fora da Taça de Portugal. Um fim prematuro do sonho de vencer a Taça de Portugal que escapou por pouco na última temporada, também devido às grandes penalidades. Já o Chaves segue em frente e, perante a solidez demonstrada frente ao ‘dragão’, tem tudo para dificultar a vida a outros ‘grandes’ nesta prova.

O jogo:


Era exigido ao FC Porto que, mesmo jogando fora de casa, assumisse as rédeas da partida, principalmente tendo em conta que Nuno Espírito Santo pouco mudara na equipa inicial, trazendo apenas Varela e André André como novidades. O encontro, porém, foi de completa frustração para a equipa portista, a começar pelo primeiro tempo.


Os ‘dragões’ dominaram boa parte do arranque da partida, mas não conseguiam aproximar-se com perigo da baliza de António Filipe e acabaram por ceder mesmo o controlo da posse de bola aos anfitriões, muito bem organizados por Jorge Simão. Na primeira parte, no que toca à equipa de Nuno Espírito Santo, houve apenas oportunidades ocasionais e sem perigo de maior, protagonizadas por Varela, Otávio e Diogo Jota. Já no que toca ao Chaves, destacou-se o cabeceamento perigoso de William aos 11 minutos e os pedidos de uma grande penalidade aos 26’, aos quais João Capela não acedeu.


O segundo tempo já trouxe uma história algo diferente. O FC Porto pareceu mais assertivo a aproximar-se da grande área flaviense, mas mesmo assim os ataques foram sempre com pólvora seca. Primeiro, André Silva rematou para defesa de António Filipe e de seguida foi André André quem acertou em cheio no ferro.


Quem não marca arrisca-se a sofrer e mais ainda quando o guarda-redes compromete, como fez José Sá. Livrou-se de um golo encaixado por pouco, quando praticamente ofereceu um golo à formação flaviense. A defesa portista, porém, acabou por resolver o lance.


Os dois treinadores mexeram nas respetivas equipas antes dos 90 minutos, mas o nulo perdurou, mesmo com o FC Porto a aproximar-se do golo nos momentos finais, e o encontro foi para o prolongamento necessário. E com o prolongamento vieram as polémicas. Primeiro Diogo Jota cruzou e viu Leandro Freire tocar a bola com o braço na própria grande área. João Capela nada assinalou. De seguida, decisão - ou falta dela - idêntica quando um remate de Evandro foi travado pelo braço de Assis.


Com o marcador a manter-se no nulo, foi necessário recorrer à lotaria das grandes penalidades e aí foi o Chaves que sorriu. Com a sorte obrigatória neste tipo de decisão, sim, mas também com um grande António Filipe, que defendeu os remates de Layún, Depoitre e André Silva, antes de Freire apontar a grande penalidade que lançou os flavienses para os oitavos-de-final da Taça.


Os melhores:


António Filipe: Fez diversas de bom nível ao longo do tempo regulamentar, travando remates perigosos de André Silva, Danilo Pereira e Diogo Jota. O melhor, porém, estava guardado para o desempate nos penáltis: três defesas de bom nível, decisivas para o triunfo flaviense.


Jorge Simão: O treinador deu continuidade ao grande trabalho no Chaves apresentando uma equipa rigorosa a nível tático e muito ambiciosa no ponto de vista anímico. O resultado foi o que se viu. Os flavienses conseguiram conter o FC Porto ao longo do encontro e até se aproximaram do golo em algumas ocasiões. A audácia levou à sorte necessária para seguir em frente.

As reações:

Nuno Espírito Santo: "Estamos magoados, revoltados"
Jorge Simão: "Caiu um dos grandes, final fica mais perto"

Diogo Jota: "Fomos nós que quisemos dar outro rumo ao jogo"

António Filipe: "O limite é a final"