O FC Porto foi a S.Miguel terminar a partida que tinha começado diante do Santa Clara no passado dia 7 de fevereiro, acabando por vencer por 1-2. A equipa da casa começou melhor mas, na segunda parte, Sérgio Conceição fez os ajustes necessários para que os dragões conseguissem dar a volta ao marcador e carimbassem passagem para as meias-finais da Taça de Portugal.
O jogo:
A suspensão desta partida no passado dia 7, devido às condições climatéricas, tornaram em tudo 'sui generis' todo o reatar da partida. De um normal protocolo, os jogadores entraram em campo e correram rapidamente para as suas posições para retomar o jogo exatamente onde ele fora interrompido há 22 dias atrás; como se de uma peça de teatro se tratasse, os intervenientes acorriam as respetivas posições para dar início ao segundo ato.
E este não poderia ter um 'twist' mais surpreendente; primeira jogada o lançamento do lado direito para dentro da área portista permite um primeiro remate a Pedro Pacheco que é travado por Diogo Costa, que nada pode fazer para impedir a recarga de Rafael Martins; o Santa Clara "começava" o jogo a ganhar.
Tal como sucedera em Barcelos, o golo sofrido apanhou os azuis e brancos de surpresa, obrigando os comandados de Sérgio Conceição a reagir. No banco, o técnico portista procurou outra disposição tática, colocando uma linha de três defesas, com Francisco Conceição e João Mário a fazerem os corredores.
Apesar de não haver chuva, o vento fez questão de se mostrar em toda a sua exuberância, condicionando a partida para as equipas. Contudo, e apesar de jogar com o vento pelas costas, a nau portista não conseguia tirar partido deste empurrão, mostrando muitas dificuldades para ameaçar a baliza de Marcos Díaz, exceção feita para um cabeceamento de Pepe que obrigou o guarda-redes da casa a aplicar-se.
Perante a total inoperância ofensiva da sua equipa, Sérgio Conceição resolveu fazer entrar Danny Namaso por troca com João Mário para a segunda parte. Entrou o inglês e regressou o 4-4-2, com Pepê a recuar para o lugar de lateral direito, atrás de Francisco Conceição.
Com um sistema muito mais rotinado, o FC Porto partiu em busca do resultado, pressionando mais alto e de maneira mais eficaz um Santa Clara que ficou remetido ao seu meio-campo nos primeiros minutos. Apesar disso, os açorianos teimavam em procurar sair a jogar e acabaram por pagar caro tal ousadia; Galeno deu o primeiro aviso aos 51, atirando ao lado quando tinha tudo para o empate.
Foi o prenúncio do que aconteceria precisamente no minuto seguinte; o Santa Clara quer sair a jogar mas Francisco Conceição rouba a bola e serve Evanilson que, descaído para a direita da grande área, remata e beneficia do desvio em Luís Rocha para fazer o golo do empate.
Com o jogo empatado, os portistas continuaram por cima e foram à procura do segundo, aplicando ainda e sempre a pressão que tão bem tinha resultado no primeiro golo. A persistência azul e branca deu os seus frutos aos 61 minutos quando, após novo roubo de bola em meio-campo ofensivo, Francisco Conceição arrancou pela direita, bem ao seu jeito, e cruzou para o coração da área, onde surgiu Galeno a fuzilar as redes açorianas para o 1-2.
Apanhado em desvantagem, o Santa Clara tentou uma reação mais incisiva. Vasco Matos fez as suas alterações, e os açorianos iam tentando chegar junto da baliza de Diogo Costa, tendo assutado o guardião portista em duas vezes consecutivas: primeiro após falha deste depois de um cruzamento da esquerda, e no lance seguinte, com o remate de Safira ao poste.
Com a exceção destes lances, o FC Porto conseguiu controlar as operações sem grandes sobressaltos, assegurando uma vitória que lhe permite chegar às meias-finais da Taça de Portugal. Os dragões irão ter agora pela frente dois jogos com o Vitória de Guimarães para ver quem estará presente no Jamor. Mas antes disso tudo, os portistas recebem o rival Benfica já neste domingo.
O momento:
O FC Porto entrava transformado na segunda parte e não deixava o Santa Clara praticamente sair do seu meio-campo. Após o golo do empate, os dragões continuaram a carregar e chegaram ao 1-2 pouco depois da hora de jogo; arrancada de Francisco Conceição pela direita e o cruzamento para o coração da área onde, após hesitação de Nico González, Galeno rematou forte e colocou os azuis e brancos em vantagem.
O melhor:
Francisco Conceição foi sempre um dos elementos mais ativos no FC Porto, adaptando-se à mudança de sistema tático dos dragões após o golo sofrido e procurando sempre empurrar a equipa para a frente. Na segunda parte, e com o regresso ao 4-4-2, o extremo teve mais liberdade para criar desequilíbrios; foi o extremo que roubou a bola a um adversário, assistindo Evanilson para o golo do empate, e foi dele a assistência para o golo de Galeno, após excelente iniciativa individual.
O pior:
Depois de uma primeira parte muito bem conseguida, o Santa Clara sofreu a pressão intensa do FC Porto nos segundos 45 minutos, tentando utilizar transições rápidas para explorar os espaços deixados pelo adversário. Nesse capítulo, Bruno Almeida mostrou-se totalmente ineficaz, mostrando incapacidade de definir com eficácia os lances de contra-ataque dos açorianos quando a equipa se balanceava para o ataque. Saiu aos 72 minutos para dar lugar a Safira.
O que disseram os treinadores:
Vasco Matos, treinador do Santa Clara
Comentários