O FC Porto começou a defesa do título na Taça de Portugal com um triunfo diante do Vilar de Perdizes, clube da aldeia com o mesmo nome, de 400 habitantes. O emblema do Campeonato de Portugal deu muita luta aos dragões, apesar de ter passado quase todo o tempo a defender.

No meio da falta de criatividade ofensiva do FC Porto, valeu André Franco, que esteve nos dois golos dos dragões.

Segue agora a Liga dos Campeões, na quarta-feira na Bélgica diante do Antuérpia.

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E ideias?

Este FC Porto que subiu ao relvado do Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves é o mesmo FC Porto da falta de criatividade, de ideias na frente de ataque. É o mesmo FC Porto que se viu no início da Primeira Liga frente a emblemas como Moreirense, Rio Ave, Farense, Arouca e Estrela da Amadora.

Com quatro divisões a separa-los, o 3.º colocado da Primeira Liga sentiu muitas dificuldades para criar perante o 6.º da Série A do Campeonato de Portugal, o quarto escalão do nosso futebol. Claro que as muitas mudanças operadas por Sérgio Conceição, num onze sem rotinas, pode explicar parte da exibição portista. Mas ao Dragão era exigido mais.

A equipa continua previsível, com uma circulação lenta, com jogadores sem capacidade de combinarem entre si para encontrar espaços na área adversária. Quando a bola cai nos pés de aceleradores como Galeno ou Pepê, a possibilidade de surgir um rasgo de criatividade, de alguns deles tomar a decisão correta no timing certo é quase nula. Porque são aceleradores e não pensadores.

O único pensador do onze, estava na lateral esquerda. Mesmo assim, ainda teve tempo de sair de lá para ir até ao meio abrir o ativo no primeiro tempo, e voltar para a sua posição, no segundo tempo, de onde arranjou criatividade para servir para o 2-0.

No meio-campo, Nico González ainda está tentar entender como jogam os colegas. Grujic nunca será um construtor e num jogo onde o FC Porto ia estar quase todo o tempo em processo ofensivos, pedia-se a criatividade de um Romário Baró, trancado no banco durante 90 minutos.

Namaso foi dos poucos que tentou algo, que procurou combinações para tentar encontrar espaços na defensiva contrária.

Uma palavra para a juventude saída do banco portista. Francisco Conceição, Gonçalo Borges e Martim Fernandes foram lançados no segundo tempo. O último estreou-se na equipa principal, aos 17 anos, os dois primeiros abusaram dos lances individuais.

Momento-chave: Evanilson dá tranquilidade

Era um dos períodos críticos do jogo, com o resultado magro trazido da primeira parte e um Vila de Perdizes que acreditava poder marcar. André Franco desceu pelo seu corredor, centrou com mestria para Evanilson fazer o 2-0, de cabeça. Os guerreiros da raia já não tinham muito para lutar.

Os Melhores: Só André Franco cuspiu fogo

Colocou o guardião à prova no primeiro remate enquadrado dos azuis e brancos, abriu o marcador no primeiro tempo, serviu Evanilson para o 2-0. Mesmo a jogar na lateral esquerda, foi dos mais esclarecidos do FC Porto. Os principais lances de perigo do ataque do FC Porto saíram dos seus pés.

Em noite 'não': Fran Navarro ao lado do jogo

Mais um jogo a titular em que Fran Navarro pouco ou nada acrescenta no FC Porto. O avançado espanhol continua longe de se conectar com os colegas, longe do potencial que mostrou no Gil Vicente. Saiu no segundo tempo e em 61 minutos de futebol, não há registo de um lance em que tenha feito algo de destaque.

Reações

Sérgio Conceição satisfeito com atitude e "inteligência" da equipa, Evanilson feliz por poder ajudar

Vítor Gamito diz que Vilar de Perdizes jogou com "uma das melhores equipas da Europa"

Veja o resumo do jogo