O Benfica juntou hoje a Taça de Portugal à I Liga de futebol, conquistando a chamada “dobradinha”, a 10.ª da sua história, mas apenas a primeira desde a “longínqua” temporada de 1986/87.
Sob o comando do inglês John Mortimore, os “encarnados” venceram o campeonato dois pontos à frente do FC Porto, que viria a sagrar-se campeão europeu, e arrebataram a Taça num percurso rematado com um 2-1 ao Sporting, graças a um “bis” de Diamantino.
Hoje, e depois de cinco campeonatos e três edições da Taça, mas nunca na mesma época, o Benfica juntou, finalmente, a Taça de Portugal ao campeonato, graças a um triunfo por 1-0 sobre o Rio Ave, selado pelo argentino Nicolas Gaitan.
Esse objetivo tinha estado muito perto em 1988/89 e 2004/05, mas os campeões falharam as respetivas “dobradinhas” no Jamor, ao perderem por 2-1 com o Belenenses e o Vitória de Setúbal, respetivamente.
Agora, numa época em que também conquistou a Taça da Liga, igualmente após uma final com o Rio Ave (2-0), o Benfica não falhou esse objetivo, reforçando a liderança do “ranking”: soma 10, contra sete do Sporting e seis do FC Porto, numa série iniciada em 1942/43, sob o comando do húngaro Janos Biri.
Os “encarnados” ganharam o campeonato com mais um ponto do que o Sporting e, na Taça de Portugal, bateram nas meias-finais os “leões” por 3-2, no Lumiar, e, depois, no Jamor, golearam o Vitória de Setúbal, então na segunda divisão, por 5-1.
Com o brasileiro Otto Glória como treinador, o Benfica conquistou mais três, duas nos anos 50, em 1954/55 e 56/57, e uma nos anos 60, em 1968/69, já depois de o “onze” do húngaro Lajos Czeizler ter selado a quarta, em 1963/64.
A sexta “dobradinha” aconteceu em 1971/72, com os “encarnados”, liderados pelo inglês Jimmy Hagan, a vencerem o campeonato com mais 10 pontos do que o Vitória de Setúbal e o Sporting por 3-2, após prolongamento, na final da Taça, com três golos do “rei” Eusébio, aos 19, 70 e 118 minutos.
Nove anos depois, em 1980/81, foi mais um húngaro, desta vez Lajos Baroti, a conduzir o Benfica à vitória nas duas provas, às custas do FC Porto, batido por dois pontos no campeonato e por um “hat-trick” de Nené (3-1) na final da Taça.
Dois anos volvidos, a primeira época (1982/83) sob o comando do sueco Sven-Goran Eriksson também terminou a “dobrar”, novamente com o FC Porto em papel secundário.
Os “encarnados” terminaram o campeonato com mais quatro pontos do que os portistas e, na final da Taça, venceram por 1-0, com um tento de Carlos Manuel, em pleno Estádio das Antas, num jogo já disputado no início da época seguinte.
A nona foi conseguida em 1986/87 e hoje, 27 anos depois, chegou, finalmente, a 10.ª, sob o comando de Jorge Jesus. Ainda assim, em quase três décadas, os “encarnados” não foram ultrapassados no campeonato das “dobradinhas”.
Rumo à 25.ª Taça de Portugal, que sucedeu ao 33.º campeonato e à quinta Taça da Liga, o Benfica tinha eliminado o Sporting e o FC Porto, o que só havia sucedido uma vez.