O Sporting chega ao 'clássico' com o FC Porto sem outro horizonte que o terceiro lugar na I Liga de futebol, mas com tudo em aberto para o pleno nas taças, um ano após o traumático ataque à Academia.

Com as marcas de um acontecimento que manchou a história do clube ainda vivas na memória, os ‘leões’ estão prestes a viver a época mais bem sucedida da última década. A Taça da Liga foi conquistada em janeiro diante dos ‘dragões’, nas grandes penalidades (4-3, após empate a um golo nos 90 minutos), e o duelo volta a repetir-se para os dois derradeiros compromissos: o jogo da 34.ª jornada, sábado, e a final da Taça de Portugal, no dia 25.

Numa temporada na qual as expectativas iniciais eram baixas, o Sporting - primeiro sob o comando técnico de José Peseiro e depois com o holandês Marcel Keizer – reergueu-se e atinge esta fase na sua melhor forma. As 11 vitórias e os dois empates nas últimas 13 jornadas – imediatamente a seguir à derrota (2-4) com o Benfica - expressam a reação de uma equipa à qual somente faltou uma maior regularidade para lutar com os rivais pelo título.

A um encontro do epílogo no campeonato, o clube de Alvalade soma 23 vitórias, cinco empates e cinco desaires em 33 jornadas. Contabilizando ainda as outras competições nacionais, o Sporting apresenta um registo de 44 desafios disputados, com 30 triunfos, sete empates e outras tantas derrotas.

Os números dos ‘leões’ denunciam o inverno nefasto para o sonho de recuperar um título de campeão que foge pela 17.ª época seguida – iguala o maior ‘jejum’ da sua história: em apenas mês e meio, entre 23 de dezembro de 2018 e 03 de fevereiro de 2019, o Sporting efetuou sete jogos para a I Liga e só venceu dois, ofuscados por três desaires e dois empates. Foi aí que se decidiu a (má) sorte ‘leonina’.

Da irregularidade coletiva sobressaiu a regularidade individual de Bruno Fernandes, a figura maior da equipa. Com 20 golos no campeonato – e 32 no somatório de todas as provas -, o jogador de 24 anos bateu todos os registos pessoais e tornou-se o médio mais goleador da história do Sporting e dos principais campeonatos europeus, superando, entre outros, o inglês Frank Lampard (Chelsea) ou o brasileiro Alex (Fenerbahçe).

O internacional português raramente foi bem secundado pelos colegas, estando demasiado só para disfarçar algumas lacunas da equipa – mais evidentes com o ‘emagrecimento’ financeiro do clube e que ditou as saídas de Nani, Montero ou Bruno César no decorrer da época - e o ocaso de outros protagonistas, nomeadamente, o avançado Bas Dost. O holandês, de 29 anos, afetado por lesões, ‘só’ marcou 15 golos em 21 jogos nesta I Liga, longe dos 27 tentos de 2017/18 e dos 34 na temporada anterior.

Contra o campeão FC Porto, o Sporting, já sob a orientação de Marcel Keizer, logrou dois empates, embora um tenha resultado no fim na vitória na Taça da Liga. Agora restam dois jogos e um título em disputa, que pode abrilhantar uma época à qual se vaticinavam essencialmente desilusões.