O Sporting procura salvar a época domingo, com a vitória na sua 26.ª final da Taça de Portugal em futebol, para a qual parte como favorito, frente a uma Académica que regressa ao Jamor 43 anos depois.
Ainda sob o comando de Domingos Paciência, os “leões” afastaram consecutivamente Famalicão, Sporting de Braga, Belenenses, Marítimo e Nacional, enquanto a Académica deixou pelo caminho Oriental, o tricampeão em título FC Porto, com um marcante 3-0, Leixões, Desportivo das Aves e Oliveirense.
O trajeto “leonino” acabou por ser um passeio até às meias-finais, apesar da qualidade dos adversários, com triunfos tranquilos em Famalicão (2-0), no único jogo fora, o Sporting de Braga (2-0), o histórico Belenenses (2-0) e o Marítimo (3-0).
Na antecâmara da final, o Sporting esteve a perder na receção ao Nacional quase até ao fim (Elias reduziu aos 75 minutos e Schaars empatou a dois aos 90+6), para, na Choupana, selar o apuramento, novamente com dificuldades, por 3-1.
Por seu lado, a Académica quase só teve pela frente equipas de escalões secundários, mas, ainda assim, passou por problemas, apenas vergando o Leixões no prolongamento (5-2 em Matosinhos) e só batendo Oriental, Aves e Oliveirense pela margem mínima.
No percurso dos “estudantes” existiu, porém, uma exceção, chamada FC Porto: os vencedores das últimas três edições jogaram em Coimbra na quarta ronda e saíram humilhados, por uma derrota por 3-0, selada por Marinho, Adrien e Diogo Valente.
No domingo, os “estudantes” disputam a sua quarta final, enquanto os “verde e brancos” cumprem a 26.ª e vão tentar festejar pela 16.ª vez e igualar o FC Porto no segundo lugar do “ranking” dos troféus, atrás do “rei” Benfica (24 triunfos).
A última vez que os “leões” subiram a escadaria do Jamor, quase sempre o palco da final, foi em 2007/2008, numa final em que o brasileiro Tiuí, que entrara nos instantes finais, marcou já no prolongamento os dois golos da vitória sobre o FC Porto (2-0).
Para a Académica, um histórico do futebol português, sobretudo no período dos famosos "estudantes” Vasco Gervásio, Mário Campos, Rui Rodrigues, Vítor Campos, Fernando Peres ou Manuel António, finalista vencidos em 68/69, mas também de nomes como Artur Jorge ou Mário Wilson, entre outros, é um reviver da glória do passado.
A grande coroa do clube de Coimbra é a vitória na primeira edição, em 1938/39, com um triunfo por 4-3, então no campo das Salésias, perante o Benfica.
Tão ou mais emblemática foi a última presença, a 22 de junho de 1969, com as bancadas do Estádio do Jamor a encheram-se de “estudantes”, num dos mais veementes protestos contra o regime de Oliveira Salazar, deixando o futebol – e a vitória por 2-1 do Benfica, selada por Eusébio - para segundo plano.
Um triunfo no domingo seria o regressar aos primórdios da Taça de Portugal, 73 anos depois da edição de estreia e a única que ganhou, em quatro presenças na final.
O favoritismo não está, porém, do lado da Académica, que viveu um penoso final de época, só garantindo a permanência na última jornada, depois de somar a maior série da prova de jogos consecutivos sem vencer (16).
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