Benfica e FC Porto encerram no sábado, quase um ano depois, a mais longa temporada futebolística da história, que, como sempre, fecha com a final da Taça de Portugal, mas, como nunca, em Coimbra e sem público.
A ‘desgraçada’ pandemia da covid-19 desviou o jogo do Jamor, que recebia a prova ininterruptamente há 36 anos, desde 1983/84, e acabou, logo à partida, com a festa, que no futebol, está intimamente ligada à presença dos adeptos nas bancadas.
Será assim, com toda a certeza, uma final diferente, ímpar, também pelo adiantado da hora, já que jamais se viu uma final da prova ‘rainha’ jogar-se de noite, a partir das 20:45, e não a meio da tarde, outro efeito colateral da ‘porta fechada’.
Tudo isto, será, porém, ignorado pelos jogadores das duas equipas assim que for dado o apito inicial, até porque todos já estarão habituados ao silêncio, que marcou a retoma da I Liga, as derradeiras 10 jornadas da prova.
O FC Porto parte do alto do seu ‘pedestal’ de campeão nacional, o título mais importante da época, que, independentemente do que acontecer em Coimbra já ninguém lhe tirará, tal como o regresso, na próxima época, à milionária Liga dos Campeões.
Por seu lado, o Benfica também já sabe que não acabará a época em ‘branco’, pois, logo a abrir, há quase um ano, em 04 de agosto de 2019, arrebatou a Supertaça Cândido de Oliveira e de forma apoteótica, com um 5-0 ao Sporting.
Ainda assim, e para os dois conjuntos, não será bem igual encerrar a época a vencer ou a perder, no caso do FC Porto, entre outras coisas, porque já perdeu uma final na presente temporada, a da Taça da Liga (0-1 face ao Sporting de Braga).
Por seu lado, o Benfica, e mesmo sabendo que já falhou o grande objetivo, a revalidação do título, tem a oportunidade de acabar a época como a equipa com mais títulos, num jogo que marcará a transição de Nélson Veríssimo para o regressado Jorge Jesus.
Apesar de terem saído por cima na I Liga, os ‘dragões’ chegam a Coimbra após uma derrota, por 2-1, no reduto do Sporting de Braga, onde, ainda por cima, perderam Uribe por lesão, enquanto o Benfica aparece invicto na ‘era’ Veríssimo e motivado por um sempre saboroso triunfo no dérbi (2-1 ao Sporting).
Os portistas têm ainda outra baixa, a do central espanhol Marcano, sendo que os ‘tocados’ Mbemba e Luis Díaz devem recuperar, enquanto o Benfica não terá Grimaldo e, provavelmente, também estará privado de Taarabt e Nuno Tavares, todos por lesão.
Em relação ao ‘onze base’ do campeonato, a inovação de Sérgio Conceição poderá passar pela baliza, com a aposta no jovem Diogo Costa, de 20 anos, que foi titular nos últimos jogos do campeonato, com o título assegurado, e é totalista na Taça.
Assim, o FC Porto poderá entrar com Manafá, Pepe, Mbemba (ou Diogo Leite) e Alex Telles, à frente de Diogo Costa, um meio campo com Danilo, Sérgio Oliveira e Otávio e um ataque com Corona, Luis Díaz (Soares) e Marega.
Do lado do Benfica, as dúvidas de Veríssimo poderão passar pelo ponta de lança, entre Seferovic e Vinícius, e o extremo esquerdo, entre Cervi e Rafa, sendo que, repetindo o que fez até agora, então serão ‘premiados’ o suíço e o argentino.
Caso de confirme esta opção, o ‘onze’ terá Vlachodimos na baliza, André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Tomás Tavares na defesa, Weigl e Gabriel, ao meio, e Pizzi e Cervi, nas alas, a meio campo, e Chiquinho nas costas de Seferovic.
A final da 80.ª edição da Taça de Portugal em futebol realiza-se no sábado, pelas 20:45, no Estádio Cidade de Coimbra e não, como habitualmente, no Jamor, por culpa da pandemia da covid-19, que motiva também que o encontro se realize à porta fechada.
Comentários