Uma operação de combate ao branqueamento de “milhões de euros” culminou hoje com a realização de 13 buscas, incluindo em duas sociedades anónimas desportivas, dois escritórios de advogados e dois cofres bancários do Norte, informou fonte policial.
Em comunicado, a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) refere que foram levadas a cabo 10 buscas domiciliárias e três não domiciliárias nos concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães e Aveiro, sem especificar os alvos concretos.
A Procuradoria Geral da República já confirmou à agência Lusa que um dos alvos das buscas foram instalações da Sociedade Anónima Desportiva do (SAD) do Boavista.
“De acordo com o apurado até ao momento pela investigação, em causa estará a não entrega da prestação tributária devida, e a sua subsequente ocultação através do desenvolvimento de atividade empresarial relacionada com a realização e gestão de eventos desportivos”, indica a PJ.
Até agora, afirma a polícia, “foi identificada uma vantagem patrimonial de milhões de euros".
Os suspeitos, especifica o comunicado, “serviam-se de diferentes ferramentas, entre os quais a utilização de faturação falsa emitida por empresas nacionais e estrangeiras e a ocultação de proveitos”.
Para o branqueamento “foram usados mecanismos como a aquisição de bens móveis e imóveis por sociedades exclusivamente constituídas para o efeito, assim como o investimento em organizações desportivas, com conluio de agentes desportivos” e “para concretizarem as atividades ilícitas referidas os suspeitos recorreram a aconselhamento jurídico e técnico especializado”.
As buscas foram realizadas no âmbito de um inquérito crime do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, 12.ª secção, envolvendo 80 efetivos entre magistrados judiciais e do Ministério Público, agentes da Diretoria do Norte da PJ e inspetores tributários da Direção de Finanças do Porto.
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