O projeto Leiria Cidade Europeia do Desporto (CED) 2022 que chega ao fim na sexta-feira serviu para recuperar o número de praticantes federados e informais para níveis pré-pandemia, revelou o vereador do Desporto do município, Carlos Palheira.

“O balanço é bastante positivo. Termos vindo de um ano de pandemia e sermos CED logo de seguida, foi uma oportunidade bem-sucedida. A taxa de recuperação de atletas, que estavam parados por via da pandemia, foi elevada”, disse o vereador à agência Lusa.

Segundo Carlos Palheira, na maioria das modalidades praticadas no concelho - quase meia centena -, o número de praticantes “está já nos níveis pré-pandémicos e em algumas até bastante acima”.

“Também temos mais sete clubes do que em 2020, aumentámos o ecletismo e mesmo no desporto feminino temos níveis elevados de adesão à prática”, salientou.

Em Leiria, a CED serviu para “ganhar embalagem e recuperar toda a importância que o desporto tem na construção das sociedades e nos vários benefícios para quem o pratica”.

A programação revelou-se “uma montra do que é o desporto e também do que é o desporto na cidade” de Leiria.

E isso permitiu “dar a conhecer a diversidade do desporto”.

“Quando as pessoas são expostas ao fenómeno desportivo é mais fácil fazerem uma adesão às práticas”, acrescentou.

Entre as realizações no âmbito da CED, em Leiria guarda-se particular memória do campeonato do mundo de andebol em cadeira de rodas.

“Foi um desafio e um projeto difícil, pelas questões de logística associadas, pela dimensão e complexidade. Mas também foi um processo muito apaixonante e elogiado por todos. Ainda por cima Portugal conseguiu a vitória, com o contributo de muitos atletas do concelho. Enche-nos de muito orgulho”.

No quadro da CED foi também desenvolvido um programa de melhoramento de infraestruturas desportivas. O município investiu um milhão de euros no apoio a 56 clubes, “para que as práticas ou as suas sedes fossem melhoradas”.

“Isso também contribuiu, de alguma maneira, para este sucesso”, considerou o vereador.

Depois da experiência em 2022, Carlos Palheira revelou acreditar que faria sentido avançar um dia com “um projeto intermunicipal” da mesma natureza, que permitisse “alargar a outras áreas e fazer uma partilha de experiências e saberes acumulados com mais pessoas, para desenvolver atividades de outra dimensão”.

Para 2023 e no pós-CED, Leiria fixou dois objetivos principais no desporto.

Primeiro, “fazer com que ainda mais pessoas adiram às práticas desportivas”, mesmo que o concelho “tenha quase o triplo de praticantes da média nacional, que anda à volta dos 20%, enquanto cá temos quase 60% de pessoas ativas”.

Por outro lado, Carlos Palheira considerou importante “continuar a trabalhar para melhorar a perceção social sobre o valor do desporto”.

“O desporto é um pilar absolutamente essencial na estrutura da nossa comunidade. Para os mais jovens, é uma escola de valores; para os menos jovens, é uma escola de saúde e de promoção e contacto social. Ainda há algum preconceito relativamente ao desporto e temos de continuar a trabalhar para minimizar ou até mesmo eliminá-lo de uma vez por todas”, concluiu.

Na sexta-feira à noite, Leiria despede-se da CED com uma gala de encerramento no Teatro José Lúcio da Silva, cerimónia em que será passado o testemunho a Viana do Castelo, que ostenta o título em 2023.