A Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) aconselhou hoje a suspensão das atividades em todos os clubes de ‘fitness’, perante o desenvolvimento da pandemia Covid-19, medida que considerou difícil, mas necessária.

“A Portugal Activo | AGAP aconselha a que todos os Clubes de Fitness suspendam as suas atividades. Esta medida justifica-se devido ao agravamento da situação no país e no âmbito da política de responsabilidade social que sempre seguimos, neste e noutros domínios”, indicou, em comunicado, a associação.

A AGAP defendeu ainda que esta medida é “muito difícil”, mas necessária para contribuir para o fim da pandemia, no menor tempo possível.

Os ginásios Solinca, Pump e One, detidos pela SC Fitness, do grupo Sonae Capital, já anunciaram a suspensão das atividade a partir de sábado, apesar da inexistência de qualquer caso identificado de Covid-19.

Questionado pela agência Lusa, o presidente executivo da SC Fitness confirmou a adoção desta medida de prevenção, que abrange as 37 unidades do grupo em todo o país e “visa proteger os clientes, colaboradores e parceiros, contribuindo para o esforço necessário de contenção na circulação social”.

Segundo explicou Bernardo Novo, “apesar de não existir uma orientação governamental de encerramento dos ginásios em Portugal”, a SC Fitness pretende assim “ajudar a debelar, com eficácia e sentido de urgência, a pandemia de Covid-19”.

Também hoje a associação de ginásios já se tinha demonstrado preocupada com a “sustentabilidade” dos pequenos clubes e prestadores de serviços face aos condicionalismos para conter o novo coronavírus, solicitando à tutela esclarecimentos sobre as limitações impostas ao setor.

“Na sequência da comunicação ao país do primeiro-ministro, e de acordo com as medidas tornadas públicas pelo Governo para os clubes de ‘fitness’, não tendo sido decretado o encerramento dos ginásios, foi solicitado à Secretaria de Estado da Juventude e Desporto um esclarecimento, urgente e cabal, sobre quais as medidas de limitação de frequência de utentes”, referiu a direção da Portugal Activo|AGAP, num comunicado divulgado hoje.

Manifestando “preocupação com a sustentabilidade dos pequenos clubes e com os prestadores de serviços” do setor, a associação diz aguardar uma resposta da tutela “nas próximas horas”, assegurando “total disponibilidade para colaborar de forma responsável com as entidades governamentais” de modo a enfrentar a pandemia da Covid-19.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.

A OMS declarou hoje que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou 250 novas mortes, um recorde em 24 horas, e que regista 1.266 vítimas fatais.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (34), ao passar de 78 para 112, dos quais 107 estão internados.

A região Norte continua a ter o maior número de casos confirmados (53), seguida da Grande Lisboa, cujo registo duplicou para 46, enquanto as regiões Centro e do Algarve têm cada uma seis casos confirmados. Além destas há um caso assinalado pela DGS no estrangeiro.

Na quinta-feira, o Governo anunciou que as escolas de todos os graus de ensino vão suspender todas as atividades letivas presenciais a partir de segunda-feira, devido ao surto de Covid-19.

Várias universidades e outras escolas já tinham decidido suspender as atividades letivas.

O Governo decidiu também declarar o estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.