O Departamento de Economia e Assuntos Sociais (DEAS) das Nações Unidas solicitou hoje aos governos mundiais a adoção de políticas que protejam o desporto face à pandemia de covid-19 e apoiem a retoma de eventos desportivos em segurança.

Num documento sobre o impacto da covid-19 no desporto, divulgado hoje, o DEAS recordou que "o valor global da indústria do desporto está estimado, anualmente, em 756 mil milhões de dólares [690 mil milhões de euros]", sendo que a crise mundial de saúde pública deixou "muitos milhões de empregos em risco, não apenas entre os profissionais do desporto".

"Os atletas profissionais também estão sob pressão para voltarem aos treinos, enquanto tentam manter a forma em casa, e correm o risco de perder patrocinadores que podem não apoiá-los conforme acordado inicialmente", referiu o organismo.

Contudo, as preocupações do DEAS das Nações Unidas não se limitam à parte económica, tendo em conta que muitas pessoas adotaram, nesta altura, um comportamento mais sedentário, com implicações físicas e psicológicas, em virtude do "encerramento de academias, estádios, piscinas, estúdios de dança e fitness, centros de fisioterapia e parques".

Desta forma, o DEAS pediu aos governos e organizações intergovernamentais para ajudarem "federações, clubes e organizações desportivas", através de "orientações relacionadas com a segurança, saúde, trabalho e outras áreas, e estabelecendo protocolos internacionais aplicáveis a eventos desportivos futuros e condições de trabalho seguras".

"Isso permitiria que todas as partes interessadas trabalhassem cooperativamente, em equipa, com o objetivo de enfrentar os desafios atuais e futuros, de modo a realizarem-se eventos desportivos que possam ser seguros e agradáveis para todos", expressou no documento.

Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas - Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 328 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.

Na vertente económica, o ‘Grande Confinamento', provocado pela pandemia, levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.

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