O secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), João Paulo Correia, lamentou hoje desconhecer as reivindicações da Confederação do Desporto de Portugal (CDP) e demonstrou abertura para o diálogo.
“Não tive um telefonema, um pedido de audiência, um email e a confederação, que tem assento no Conselho Nacional do Desporto, que já reuniu duas vezes nestes nove meses de mandato, nunca falou deste assunto”, disse à agência Lusa João Paulo Correia.
O titular do Governo com a pasta do Desporto afirmou ter sido “surpreendido” com a posição tornada hoje pública pela CDP e “lamentou” a forma como tornou públicas as suas reivindicações.
Demonstrando “abertura para o diálogo e para a concertação”, o secretário de Estado do Desporto adiantou que vai hoje contactar o presidente da Confederação do Desporto de Portugal “para uma reunião nos próximos dias, em breve”.
O governante, que falava à margem de uma visita à Associação Física de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, no último dia de um roteiro nacional para conhecer e dialogar com as instituições desportivas, “reconheceu a legitimidade do setor para reivindicar mais financiamento”.
Contudo, João Paulo Correia lembrou que o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) “há quinze dias reforçou as verbas das federações desportivas numa média de 6,5% face ao valor previsto para 2023”.
“O financiamento para a preparação olímpica e paraolímpica cresceu de 28,5 milhões de euros [ME] para 31,2 ME, o apoio ao alto rendimento também foi alargado, o desporto escolar teve um financiamento de 40 ME em 2022 e o valor das apostas desportivas dirigidas às federações totaliza perto de 60 ME”, afirmou.
A CDP, após uma cimeira que reuniu presidentes de 44 federações, pretende colocar o setor na agenda política e na discussão do Orçamento do Estado em cada ano, anunciou hoje o organismo.
Em comunicado, a CDP elenca as conclusões da Cimeira de Presidentes, realizada na terça-feira, considerando que o desenvolvimento desportivo que os seus associados anseiam está posto em causa, pelo que é preciso “encontrar um antídoto”.
“O desporto não é um tema na agenda política, nem tem lugar na discussão do Orçamento do Estado [OE] de cada ano”, refere a CDP, acrescentando: “É o momento certo para lutarmos em conjunto no sentido de conseguir, finalmente, alcançar um orçamento (para 2024) consentâneo com a posição que o desporto”.
A CDP considera “necessário agir” para contrariar alguns números que indica, entre os quais o peso de 0,045% do desporto no OE, cerca de 40% abaixo da média europeia; e o dispêndio médio anual por atleta federado que se situa nos 75 euros.
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