Sentimentos diferentes, no final do encontro entre Portugal e Brasil em andebol, nos VIII Jogos Desportivos da CPLP. Os dois técnicos, que tinham tido uma acessa troca de palavras durante e no final do encontro, falaram ao SAPO Desporto.

O treinador do Brasil estava agastado com a arbitragem. Cristiano Almeida queixou-se da dualidade de critérios dos árbitros, que, na sua opinião, prejudicaram a sua equipa: «Tivemos uma arbitragem um pouco complicada, com muitos lances invertidos e a pressão dos adeptos, que a gente espera que não aconteça outra vez. No entanto, acho que a equipa vai estar mais madura e esperamos estar mais preparados do que hoje».

Apesar da derrota, Cristiano Almeida gostou da atuação da sua equipa. O treinador brasileiro frisou a diferença entre a duas formações, lembrando que Portugal jogou com a sua seleção enquanto que o Brasil se fez representar por atletas do desporto escolar: «A avaliação é bastante positiva , a nossa equipa é de uma escola do interior do Brasil, enquanto nós jogámos com a seleção de Portugal. Apenas um atleta nosso é mesmo da seleção do Brasil. È uma avaliação positiva do ponto de vista da raça, da vontade, do jogo equilibrado contra a seleção de Portugal».

Nuno Trancoso, treinador da seleção portuguesa, mostrou-se agradado com a partida e com o resultado final. O treinador portguês não gostou foi da primeira parte: «É o tipo de jogos que gostamos de jogar, com uma equipa muito forte fisicamente. Foi muito difícil para nós em termos defensivos, um autêntico massacre do ponto de vista físico, contra atletas com uns quilos e centímetros a mais do que nós. Estivemos muito bem no ataque e menos bem na defesa. Na primeira parte fomos muitas vezes ultrapassado em  situações de um-para-um. Este jogo não contava para nada a não ser o nosso orgulho, precisávamos de ganhar para nos sentirmos motivados para voltara a jogar a final no sábado, com o Brasil.»

No final da 1ª parte, Portugal perdia por 13-17. As mudanças feitas pelo treinador português acabaram por surtir efeito: «Disse-lhes ao intervalo o mesmo que no início e ontem à noite na preparação do jogo... Contra equipas com a envergadura física do Brasil há uma absoluta necessidade de saírmos vencedores dos duelos no um-para-um. Se conseguirmos vencer alguns deles, depois no ataque somos quase imparáveis.»

Para sábado, Trancoso quer ver repetido o resultado, o que daria o ouro a Portugal: «Espero que não seja nada diferente. Aliás, quero que seja apenas diferente na primeira parte, onde hoje não defendemos tão bem. Mas vai voltar a ser um jogo taco-a-taco. Ganhar é sempre um objetivo muito forte e associa-se a outros objetivos, como dar experiência internacional, conhecerem outros tipos de andebol. Ganhar experiência e maturidade é também um objetivo fortíssimo no seu percurso nas seleções iniciais.»

Portugal e Brasil voltam a jogar no sábado, para discutirem a medalha de ouro.