A Agência Mundial Antidopagem (AMA) divulgou hoje um relatório demolidor sobre o trabalho recentemente desenvolvido na Rússia, referindo situações de ameaças, intimidação dos serviços secretos e grandes dificuldades para realizar controlos no país.
O relatório da AMA é tornado público dois dias antes de uma decisiva reunião do Conselho da Associação Internacional de Atletismo (IAAF), em Viena, em que estará sobre a mesa o possível levantamento da suspensão internacional da federação russa da modalidade, ainda a tempo de participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (05 a 21 agosto).
“Agentes armados do FSB (serviços secretos russos) ameaçaram expulsar do país controladores”, escreve a AMA, no seu relatório, citando casos de extrema dificuldade em se chegar a atletas residentes em cidades de difícil acesso.
O acesso a essas cidades foi pedido em fevereiro e só em maio ele foi garantido pela agência antidopagem russa (RUSADA), sem que, no entanto, tenham sido fornecidos documentos pelo ministério dos Desportos.
Sem documentação, os controladores que se 'aventuraram' a ir lá foram “vítimas de intimidação”, acusa a AMA, pelo que foi muito complicado avaliar o progresso da Rússia no combate ao doping.
Foram feitos 2.947 controlos entre 18 de novembro 2015 e 29 de maio de 2016, com 52 resultados anormais, dos quais 49 por meldonium, só que, no mesmo período, ficaram por fazer 736 controlos, um número considerado muito elevado pela AMA.
Entre outras situações, a AMA cita ainda os casos de amostras colhidas na Rússia e enviadas para laboratórios acreditados fora do país terem sido abertas pela alfândega russa.
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