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Rob Koehler, diretor adjunto da Agência Mundial de Antidopagem (AMA), verbalizou o seu desagrado para com a postura dos organismos brasileiros.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) lançou duras críticas do Governo brasileiro, bem como à filiada ‘canarinha’, pelos critérios praticamente nulos na aplicação de controlos aos atletas do país.
Na quinta-feira, véspera da Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio2016, a AMA denunciou que, no último mês, praticamente nenhum atleta brasileiro foi submetido a controlos antidoping.
“Enviámos uma carta ao ministro dos Desportos e ao diretor-geral da Agência Antidopagem Brasileira a manifestar preocupação e a pedir explicações pelos motivos por que foram suspensos os controlos”, explicou Rob Koehler, diretor adjunto da AMA, ao diário britânico The Times.
Segundo Koehler, as primeiras justificações não convenceram a AMA, que não aceita a desculpa de o laboratório do Rio de Janeiro ter sido encerrado pelo organismo que tutela o doping a nível mundial.
A 24 de junho, o laboratório brasileiro foi suspenso provisoriamente pela AMA por algumas incoerências no seu funcionamento. Koehler chegou a revelar ao The Times ter recebido uma amostra dos controlos de rotina com um frasco estampado com resultado positivo e com uma amostra negativa.
“As respostas às nossas questões não foram satisfatórias. E a justificação da mudança dos responsáveis governamentais e da agência antidopagem não é aceitável. Não haver controlos é muito grave”, frisou o responsável da AMA.
Luís Horta, antigo responsável da Agência Antidopagem Portuguesa e, até há pouco tempo, conselheiro da agência brasileira, confirmou algumas irregularidades.
O responsável português demitiu-se depois de as novas autoridades brasileiras terem barrado a entrada de uma equipa da AMA às instalações da agência brasileira.
“O Ministério dos Desportos e Comitê Olímpico Brasileiro pressionaram-nos para evitar controlos aos atletas brasileiros, para que eles pudessem treinar sem outros incómodos”, disse Luís Horta.
Em sua defesa, as autoridades brasileiras alegam que nenhum laboratório credenciado pela AMA aceitou substituir o do Rio de Janeiro para realizar os controlos.
“Parar os controlos não foi nenhuma decisão política”, argumentou, em comunicado, o ministério dos Desportos do Brasil.
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