A atual campeã europeia dos 10.000 metros, Ana Dulce Félix, participa pela primeira vez, em Londres, nuns Jogos Olímpicos, mas na maratona, com a ambição de ficar entre as 10 primeiras classificadas.

«Sempre gostei de distâncias mais longas, achava que a maratona tinha tudo a ver comigo. Acho que fiz a escolha certa», disse Ana Dulce Félix à agência Lusa.

Apesar da medalha de ouro conquistada na dupla légua dos Europeus de Helsínquia, a atleta do Maratona Clube de Portugal disse que «tem os pés bem assentes no chão» relativamente a uma eventual medalha na maratona olímpica.

«Não foi por ganhar uma medalha de ouro nos Europeus que agora o objetivo é chegar lá [a Londres] e ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos. São coisas totalmente diferentes, um Europeu é só meia dúzia de países, nos Jogos é o mundo inteiro e todas as atletas treinam para chegar lá no seu melhor», alegou.

Dulce Félix, 29 anos, começou na modalidade «muito miúda» num clube de aldeia, em Azúrem, Guimarães, onde nasceu. Mudou-se em 1999, aos 16 anos, para o FC Vizela, onde fez a formação e viu crescer a paixão pelo atletismo, mas a opção pela maratona só surgiu em 2010, um ano após se ter tornado profissional, já que, até então, dividia a prática desportiva com o trabalho numa fábrica têxtil.

A estreia na prova “rainha” do atletismo de estrada «foi um pouco infeliz», já que desistiu.

Mas, em 2011, os resultados começaram a surgir e «as coisas correram bem», culminando na obtenção dos mínimos para Londres e na estreia olímpica.

A atleta assume como «objetivo pessoal» ficar classificada entre as 10 primeiras, numa prova marcada para 05 de agosto.

«Mas, se não acontecer, se chegar ao fim com a sensação de que tudo fiz e dei o meu melhor, fico feliz», referiu.

Sobre o estágio em Mira, numa zona «sossegada» de matas nacionais junto à praia, Dulce Félix, realçou as condições do local que tem «quilómetros e quilómetros» de percursos planos.

«Foi aqui que fiz as preparações todas para a maratona e sempre que venho cá as coisas têm-me corrido bem. É como que um talismã, também fiz aqui o estágio antes do Europeu», rematou.