As federações desportivas e os atletas estão preocupados com a demora na assinatura dos contratos programa para o alto rendimento e preparação olímpica para o Rio2016, defendendo a urgência da tutela na clarificação das regras.
«Não é uma queixa, mas preocupação grande por estarmos em fase avançada da época e não estarem definidas as condições dos contratos. Sabemos todos os condicionalismos do país, o processo eleitoral no Comité Olímpico de Portugal (COP) e as alterações governamentais na tutela do desporto, mas a verdade é que em maio grande parte dos atletas vão integrar os quadros competitivos internacionais sem saber com o que vão contar», sintetizou Mário Santos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, vice-presidente do COP e Chefe de Missão a Londres2012 e Rio2016 sintetiza a preocupação «generalizada» dos agentes da modalidade, considerando que a época internacional está «condicionada» pela indefinição das normas.
De momento, federações, atletas e treinadores dependem desse financiamento para a sua preparação: quem teve bons resultados em Londres2012 está garantido até ao fim de maio, mas os que agora tiverem desempenhos relevantes internacionais não sabem em que situação ficam.
Mário Santos revela «compreensão pelos graves problemas do país», mas recorda que o desporto nacional apenas deseja a clarificação dos pressupostos de forma a que cada atleta e federação possa «adaptar-se às condições, bem como procurar outras formas de dar resposta à sua ambição de um bom resultado no Rio2016».
«As federações e atletas vivem todos no país real. Temos todos a noção das dificuldades e prioridades dos meios que o Estado pode dispor, mas é importante definir as regras para, de acordo com elas, tentar encontrar as melhores soluções para os melhores resultados. Sempre com ambição e algum realismo, conhecendo as regras do jogo», completou.
Luís Marques Guedes substituiu Miguel Relvas como ministro que tutela o desporto, enquanto Emídio Guerreiro ficou com a secretaria de Estado que era liderada por Alexandre Mestre: duas semanas antes, José Manuel Constantino assumiu a presidência do COP.