A comitiva portuguesa de atletismo chegou a Londres esta terça-feira e na sexta-feira entram no Estádio Olímpico os primeiros atletas lusos.
Telma Monteiro era a principal esperança lusa numa medalha e as expetativas caíram por terra quando logo no primeiro combate a judoca foi ao tapete e ficou fora da competição.
Já na terça-feira novo episódio, com a velejadora Carolina Borges a anunciar via email de que não ia participar na prova olímpica.
Apesar da turbulência dos primeiros dias de Jogos, o Atletismo chega a Londres sereno e rejeita a ideia de que possa compensar os primeiros dias dececionantes que Portugal tem vivido em termos de resultados e, consequentemente, medalhas.
Sara Moreira vai na sexta-feira de manhã correr os 10 mil metros e afirma que os percalços da comitiva lusa não afetam aquilo que quer fazer nestes Jogos Olímpicos.
«Independentemente do resultado da Telma, julgo que a pressão – se é que existe – é exatamente a mesma. O meu objetivo é o mesmo do que antes do combate da Telma, portanto as coisas para mim estão exatamente da mesma forma», diz a atleta portuguesa que afirma que terminar nas dez primeiras é o objetivo que coloca à partida.
Também Patrícia Mamona, recém medalha de prata nos Europeus de Helsínquia, admite que viu com tristeza os resultados do judo, mas realça que todos os outros atletas não se podem deixar afetar por um começo em falso da comitiva lusa.
«Ficamos tristes porque queremos sempre ter vitórias em torno da comitiva portuguesa, mas eu venho para fazer a minha prova e o que está por fora não me afeta muito.»
A ideia parece trespassar toda a comitiva de atletismo e Marco Fortes diz mesmo que não se pode colocar na modalidade o papel de salvadora da pátria.
«Todos ficamos tristes por um compatriota nosso não obter os resultados de que gostava, mas nem por isso achamos que somos os salvadores da pátria. Não podemos pensar que nós é que vamos inverter tudo.»
Marcos Chuva, do salto em comprimento, fala em solidariedade para com os colegas que já estiveram em competição, mas lembra que cada atleta vem para os jogos com os seus objetivos definidos.
«A pressão não passa de ninguém para ninguém. Cada um está aqui como ser individual que é, para lutar pelos seus objetivos, e ninguém compensa ninguém.»
O atleta português do salto em comprimento diz mesmo que o desejo de medalhas é algo que também passa cabeça dos atletas, mas alerta que o mais importante é que cada atleta regresse a casa com a consciência de que tudo fez para representar no seu melhor nível o nome de Portugal.
«Os portugueses querem medalhas e nós também somos portugueses e temos também esse desejo. Mas desde que façamos o nosso melhor, caso não haja medalhas não temos de achar que foi insucesso de alguém.»
O atletismo de Portugal entra em prova na sexta-feira, com a estreia a ter como protagonista Marco Fortes, no lançamento do peso, a partir das 10h00.
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