A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) anunciou hoje que mantém a suspensão da Federação Russa de Atletismo (ARAF) das competições internacionais, o que implicará a não presença daquela potência nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
A ida ao Rio de Janeiro de atletas russos poderá no entanto ser autorizada individualmente, desde que sejam cumpridas algumas condições. Yelena Isinbayeva, dupla campeã do salto com vara e que pretendia fechar a carreira este ano, já se mostrou disposta a ir para tribunal, se necessário.
"É uma violação dos Direitos do Homem. Não me posso calar, vou tomar medidas, vou apelar para o Trbunal dos Direitos do Homem", disse à Agência Tass o símbolo principal do atletismo russo.
A decisão de manter a suspensão foi anunciada em Viena, no final da reunião do Conselho da IAAF, mas já tinha sido antecipada à imprensa russa pelo secretário-geral da ARAF e confirmada pelo ministro dos Desportos da Rússia, que a classificou de "esperada", mas que "há que reagir".
"O resultado da votação dos membros do conselho da IAAF criou uma situação sem precedentes: os atletas russos não poderão participar nos Jogos Olímpicos", admitiu o ministro russo, em comunicado.
A Rússia, segunda potência mundial do atletismo, atrás dos Estados Unidos, fora suspensa em novembro após um demolidor relatório independente da Agência Mundial Antidopagem, em que se denunciava um esquema de doping institucionalizado na Rússia.
Numa primeira fase, as autoridades russas esperavam ultrapassar a situação. "Fizemos tudo o que podíamos, havia 100 critérios para cumprirmos e na minha opinião cumprimos todos", disse na quinta-feira o ministro Vitaly Mutko.
Não foi esse o entendimento da IAAF, que estima que a Rússia ainda precisa de "18 a 24 meses" para ficar em conformidade com as regras internacionais antidopagem.
"Esperemos que o Comité Olímpico Internacional (COI) possa corrigir de alguma forma essa situação", acrescentou Mutko, aludindo à reunião do COI já na próxima terça-feira.
No entanto, a porta da IAAF não está fechada para avaliações individuais, como hoje já se viu com a autorização de Yulia Stepanova, que colaborou com gravações a atletas dopados para um programa da estação alemã ADR.
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