O presidente do COI, Thomas Bach, referiu hoje que um eventual cancelamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, devido à pandemia de covid-19, “destruiria o sonho de 11.000 atletas” e que um adiamento neste momento seria “prematuro”.
Poucas horas depois de o COI dar um período de quatro semanas para decidir sobre a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, mas apenas com o adiamento na agenda, o dirigente alemão enviou uma carta aos atletas a explicar que o cancelamento “não iria resolver nenhum problema, nem ajudar ninguém”.
"Tal como vocês [atletas], nós estamos com um dilema: o cancelamento dos Jogos destruiria o sonho olímpico de 11.000 atletas dos 206 comités olímpicos nacionais, da equipa olímpica de refugiados do COI e muito provavelmente para os atletas paralímpicos", disse o dirigente alemão.
Bach considera que, caso tivesse adiado os Jogos no dia de hoje, “não conseguiria determinar uma nova data”, preferindo continuar a acompanhar e a observar “os desenvolvimentos e melhorias nos diversos países, perante as medidas que estão a ser tomadas”.
Contudo, e independentemente do desfecho, o presidente manifesta-se preocupado com a doença e insiste que a "prioridade é a vida humana”, assegurando que o organismo tem o objetivo de “fazer parte da solução”.
A complexidade de adiar os Jogos, previstos para decorrerem entre 24 de julho a 09 de agosto, foi também abordada por Bach, que evidenciou o que está em causa.
“Vários locais necessários para os Jogos podem não estar mais disponíveis e a situação com os milhões de noites já reservadas em hotéis é extremamente difícil de gerir. O calendário desportivo internacional de, pelo menos 33 desportos olímpicos, teria de ser adaptado”, esclareceu.
Por fim, o líder do COI mostrou que não fica indiferente e lamentou a “tremenda incerteza" vivida pelos atletas já apurados, por aqueles que ainda não asseguraram a vaga em Tóquio2020 e por todos aqueles que não conseguem treinar nas melhores condições.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu tornou-se o epicentro da pandemia, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais (5.476), o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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