Dulce Félix apontou hoje o seu querer como o maior responsável por ter ‘sobrevivido’ ao calor, seu grande adversário, para terminar a maratona dos Jogos Olímpicos Rio2016 na 16.ª posição.

"O calor foi o meu grande adversário, mas a minha ambição, o meu querer, o meu acreditar fizeram com que eu fosse 16.ª. Saio daqui feliz, porque acho que só o facto de terminarmos uma maratona olímpica é de louvar. Saio com a sensação de dever cumprido. Foram muitos meses a trabalhar para esta maratona olímpica. As condições não ajudaram, mas, como viram quando cheguei à meta, acabei exausta, mas feliz com o meu resultado", realçou a única portuguesa a completar a prova.

Ao cortar a meta, no Sambódromo, a atleta do Benfica comemorou efusivamente, um festejo que se deveu a todo o trabalho e a tudo o que sacrificou para estar na maratona do Rio2016. "Eu acho que vim sempre em 16.º, 17.º. É obvio que me custaram os últimos sete quilómetros, porque o calor começou a apertar muito, mas a minha vontade de acabar uma maratona fez com que chegasse satisfeita", acrescentou.

Apesar do calor intenso que se abateu hoje sobre o Rio de Janeiro, Dulce Félix negou que esta tenha sido a sua maratona mais difícil. "Pelas condições climatéricas, sim, mas em Londres2012 sofri muito mais do que aqui. Mas essa foi outra prova, é para esquecer. Sem dúvida, que foi uma das maratonas em que sofri mais. Na parte final, para acabar, sofri bastante, porque o clima começou a aquecer cada vez mais e foi onde me custou mais", assumiu, dizendo que hoje a sua estratégia de sobrevivência foi apanhar todo o abastecimento que conseguiu.

Sobre a desistência de Sara Moreira e Jéssica Augusto, a maratonista vimaranense revelou que percebeu que as colegas desistiram quando passou nos pontos onde estas abandonaram e as viu a apoiá-la. "Claro que fico feliz por vê-las a puxar por mim, mas sei que elas estão tristes porque trabalharam muito para terminar a maratona olímpica. Elas estavam confiantes. Mas eu só posso falar de mim, não posso falar por elas", afiançou.

Agora, Dulce Félix tem mais quatro anos para trabalhar até Tóquio2020. "Em Londres2012, fui 21.ª, hoje 16.ª. pode ser que daqui a quatro anos, da maneira como isto está a correr, ainda faço muito melhor. Temos de acreditar que sim", disse, assumindo que agora só quer usufruir do seu lugar.