Centenas de policias manifestaram-se esta quinta-feira (18), na França, convocados por vários sindicatos, para reivindicar compensações financeiras pela sua mobilização durante os Jogos Olímpicos de Paris, que coincidem com as tradicionais férias de verão.

"Sem medidas excepcionais, sem acordo prévio, os Jogos Olímpicos serão realizados sem nós. Se não tivermos o reconhecimento que merecemos pela nossa implicação, não estaremos lá", advertiu o líder do sindicato Alliance, Fabien Vanhemelryck.

Os sindicatos pedem garantias sobre o direito às férias de verão, bônus para todos os agentes de até 2.000 euros e um acompanhamento social, sobretudo para a atenção dos seus filhos.

"Sabemos que foi pedido que todos estejam a trabalhar. Mas temos filhos, temos de cuidar deles. Não sabemos como vamos gerir isso", disse à AFP Lionel Maunier, da Alliance em Estrasburgo (nordeste).

No final de dezembro, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, pediu uma "mobilização de 100%" dos agentes entre 26 de julho e 11 de agosto e lhes propôs dez dias de férias entre 15 de junho e 15 de setembro, em carta ao sindicato FO.

Em relação aos bônus, o ministério do Interior evocou quantias de 500 euros e até 1.500 euros em casos "excepcionais".

Mas estes anúncios, além de uma reunião na segunda-feira, na qual Darmanin apoiou as medidas de acompanhamento social, não convenceram os sindicatos, que convocaram a mobilização em várias formas: distribuição de panfletos em Bordéus, atividade mínima nas esquadras, operação tartaruga em aeroportos e concentrações ao meio-dia em frente a várias esquadras.

Durante os Jogos Olímpicos, os olhares do mundo voltar-se-ão para a segurança depois do caos registado na final da Liga dos Campeões, em Saint-Denis, ao norte de Paris, em maio de 2022. A França quer demonstrar que é capaz de receber eventos desportivos internacionais.