Os portugueses Diogo Carvalho e Tamila Holub reconheceram hoje que a adaptação aos horários tardios a que decorrem as provas da natação nos Jogos Olímpicos do Rio2016 tem sido difícil. “Tenho de confessar que são um pouco difíceis, porque parece-nos sempre tudo cedo. Almoçar às quatro da tarde é cedo para a natação. Deitar à 01:30 é cedo para a natação. Mas são os horários que nos impuseram e estamos a tentar habituarmo-nos ao máximo”, disse Diogo Carvalho aos jornalistas, à entrada da Aldeia Olímpica.
A opinião do mais experiente dos nadadores lusos é partilhada por Tamila Holub, que confessou que nadar tão tarde – as eliminatórias acontecem a partir das 13:00 e as finais e meias-finais decorrem entre as 22:00 e as 00:00 – é "um bocado confuso". “De um certo modo, olhas lá para fora e está noite. Mas com o agitação das finais e ver aquilo tudo em direto até passa. O problema é acordar. Ainda causa confusão, mas uma pessoa habitua-se”, explicou a atleta mais jovem da comitiva nacional.
A especialista dos 800 metros livres contou que os nadadores passaram três dias em Rio Maior a tentar imitar o horário das provas do Rio2016, um período insuficiente para se adaptarem. “Realmente, só fazes essa preparação quando estás aqui. Tudo o que fizeres antes influencia, mas influencia quase nada”, defendeu, indicando que o tempo passado em viagens acaba por tornar a espera mais rápida: “Eles não se decidem. Ontem [segunda-feira] foi 15 minutos, anteontem [domingo] 50. Um vai por um lado, outro por outro. E depois chega-se aqui e almoça-se e depois é descansar”.
Para Diogo Carvalho, a única solução é fazer tudo mais tarde até porque esse é o único contra que encontrou no Rio2016. “O complexo é bastante simples. Para nós atletas, ter a piscina de aquecimento ao pé da piscina de competição, sem ter de fazer grandes ziguezagues até lá chegar, é bastante acolhedor. A Aldeia Olímpica é fantástica, por isso estão reunidas as condições para fazermos bons resultados”, assegurou.
No seu caso particular, o bom resultado seria melhorar a sua marca pessoal, o que equivale a estabelecer um novo recorde nacional nos 200 metros estilos. “Tudo o que vier além disso será bem-vindo. A federação tem como objetivo chegarmos às meias-finais e é óbvio que vamos lutar por isso”, concluiu.
Também Tamila Holub, que está a cumprir a sua estreia olímpica no Rio de Janeiro, pretende nadar abaixo do recorde nacional. “Aqui é mesmo para ganhar experiência, em Tóquio2020 já vou pensar numa final ou em algo mais. Mas neste momento quero aproveitar para competir sem pressão. Acho que isso vai ajudar-me a dar mais de mim”, admitiu.
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