"Quando encarei esta prova era para o ‘top 8', ficar a nove segundos do bronze é algo que me deixa bastante contente e sinto que para conseguir uma medalha temos de ter melhores condições de trabalho, melhor estrutura", alertou o triatleta.
Não seria nem a primeira, nem a última vez que iria ‘bater na mesma tecla'. Depois de explicar que hoje só pode arriscar o tudo por tudo por ter a certeza que, em caso de um mau resultado, poderia contar com o apoio do seu clube, o Benfica, João Pereira assumiu que precisava de "mais trabalho, de mais condições, de uma melhor estrutura" para aspirar ao pódio.
"Estamos a lutar com grandes nações, lutar por medalhas é bastante complicado com as condições que temos e acho que um diploma olímpico é um grande objetivo para todos os atletas", defendeu.
Integrado no Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor há dez anos, o sexto classificado do Europeu de 2016 deixou duras críticas à falta de investimento no espaço.
"Estou no CAR do Jamor há dez anos. Penso que aquilo estava igual há 30 anos atrás e em dez anos não se fez nada de novo. Há novas técnicas de tratamento, como banhos de gelo, massagens, tudo o que possa melhor a recuperação. Em tudo o que seja recuperação, há muito que trabalhar. Sendo aquilo um centro nacional de treino, tinha todo o interesse em ter melhores condições. Se querem medalhas, têm de trabalhar para isso. Tem de haver condições para isso, porque nós fazemos o melhor a cada dia", argumentou.
João Pereira contou ainda o que sente de cada vez que falam na possibilidade do triatlo português conquistar medalhas, usando uma analogia: "Imaginem ter uma empresa e quererem que a vossa empresa esteja entre as três melhores do Mundo. Força, acho que não deve ser fácil. Isso é o que eu procuro fazer a cada dia juntamente com o meu treinador e o meu grupo de treino. A vitória não é minha, mas é do meu grupo de treino e do meu treinador".
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