O Governo brasileiro coloca o vírus Zika no topo das preocupações antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, obrigando à mobilização de militares e soluções várias como a esterilização dos inseto que propaga o contágio.
O governo brasileiro aumentou o esforço de prevenção, com a presidente da República, Dilma Rousseff, a convocar 230 mil homens das forças armadas para esclarecer a população e controlar focos do mosquito Aedes aegypti.
A última novidade sobre as medidas de controlo do zika veio do Ministério da Saúde, que confirmou à Lusa que vai fazer uma reunião com Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na qual estudará o uso de radiação para esterilizar o mosquito.
A infeção ganhou uma repercussão mundial depois de ter sido associada ao aumento dos casos de microcefalia, um facto que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificar o vírus Zika como uma emergência sanitária mundial.
No último dia 2, o Comité Organizador dos Jogos Olímpicos veio dizer que nos meses de agosto e setembro, quando as competições olímpicas e paraolímpicas acontecem, a proliferação do Aedes aegypti é baixa.
"Dados coletados pelo Ministério da Saúde nos últimos 20 anos indicam que não há histórico de surto de doenças transmitidas pelo mosquito no inverno no Brasil, quando acontecem as competições", disse João Grangeiro, chefe médico do Comitê Organizador Rio 2016.
Embora os sintomas gerais da doença sejam brandos e atinjam apenas 20% dos infetados, o médico confirmou que é preciso ter atenção aos riscos que o vírus representa para as grávidas.
"Mulheres grávidas devem conversar com seus médicos sobre medidas de prevenção", salientou.
Sobre as ações promovidas nos locais de competição, o comité citou as fumigações diárias nas instalações olímpicas e a inspeção constante para eliminar qualquer novo foco do mosquito.
Já a prefeitura do Rio de Janeiro disse que vai distribuir agentes fixos em cada instalação olímpica, mantendo um combate e vigilância direto durante a realização dos jogos.
A preocupação com a circulação do vírus no Rio de Janeiro não é injustificada.
No estado, a Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde informou que de janeiro de 2015 a 30 de janeiro deste ano foram registados 208 casos de microcefalia.
Os números foram consolidados após terem sido cruzadas informações extraídas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Relatório de Emergência em Saúde Pública (Resp), ambos do Ministério da Saúde. Em 2014, foram registrados 10 casos daquele tipo de malformação.
Dos 208 casos, 167 seriam de bebés já nascidos e os outros 41 são referentes ao período intrauterino. Deste total, 70 mulheres relataram um histórico de manchas vermelhas pelo corpo ao longo da gravidez.
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