A equipa de judo de Portugal partiu hoje para os Jogos Olímpicos Paris2024 com a ambição de repetir a conquista de medalhas, como nas últimas edições, encabeçados pelo medalha de bronze em Tóquio2020 Jorge Fonseca.

“A expectativa é estar no pódio. Estou a trabalhar para isso”, começou por expressar Jorge Fonseca, acrescentando: “Tenho o objetivo de ser campeão olímpico. Eu tenho trabalhado todos os dias, mesmo com lesões, para estar bem e chegar aos Jogos bem”.

No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o judoca do Sporting (-100kg) considerou que os 31 anos lhe trouxeram mais experiência e, consequentemente, maior cautela para não ir para o ‘tatami’ com ganância, mas quer uma segunda medalha para o país.

“É especial. Vim de São Tomé e Príncipe com 12 anos e estar a representar Portugal é algo difícil de descrever. Tenho o sonho de dar grandes alegrias a este país”, salientou.

Também Bárbara Timo, de 33 anos, é uma judoca que sabe o que é vencer em grandes palcos, mas falta-lhe ainda uma medalha olímpica, após ter sido vice-campeã mundial em 2019, nos -70kg, e terceira classificada em 2022, já na presente categoria de -63kg.

“Espero estar na melhor forma possível. Eu estou a trabalhar muito para isso e estou a procurar viver o momento. Já consegui grandes feitos e quero ter outra oportunidade de conquistar mais”, apontou, realçando que está calma, sinal de que está preparada.

O facto de o judo ser um dos desportos com mais esperanças de conquistas por parte dos portugueses “não gera expectativas”, mas considerou que existe “um sentimento coletivo de confiança” na comitiva, em que todos acreditam no triunfo uns dos outros.

“Mudei de categoria, houve uma mudança de peso. No início, foi um desafio quase de auto-conhecimento. Para qualificar, é preciso estar entre as 18 melhores do ranking. Não é só fazer um bom resultado, é manter a consistência. Fisicamente e mentalmente foi desgastante, mas tive três meses de preparação para fazer algo planeado, com mais calma e estratégia. Este ciclo foi muito duro, mas agora sinto-me bem”, disse a judoca.

Rochele Nunes (+78kg) considera-se a mais otimista de todos os 73 desportistas lusos que vão estar no evento e, como tal, espera melhorar a nona posição de Tóquio2020.

“Para um atleta de alto rendimento, temos de saber lidar com a pressão. Quanto mais queremos ganhar, mais cobrança temos. Essa pressão é sinal de que confiam no nosso trabalho. Gosto de chegar lá sendo uma das favoritas e isso deixa-me confiante”, disse.

Por outro lado, Patrícia Sampaio contou que procurou realizar uma preparação sem se basear em expectativas ou objetivos, fazendo um balanço satisfatório do ciclo olímpico que agora culmina, o que também a deixa mais confiante em melhorar a nona posição.

“Tive muito mais lesões no ciclo anterior. Agora, consegui preparar-me muito melhor. Para Tóquio2020, estive muito tempo sem fazer judo e apurei-me ‘à última’. Agora foi melhor e isso dá-me mais confiança. Sou agora uma atleta mais madura e a saber lidar muito melhor com as situações. Seja qual for o desfecho, sei que estou preparada para lidar com isso neste momento”, sublinhou a judoca, com 25 anos e da categoria -78kg.

Estreantes absolutos em Jogos Olímpicos, Taís Pina (-70kg) e João Fernando (-81kg) qualificaram-se perto do fim do fecho da fase de apuramento, o que provocou uma “montanha-russa de emoções” à jovem judoca, de 19 anos, a querer dar o seu melhor.

“Quero pensar sempre combate a combate, sem pressas. Quero chegar o mais longe possível e dar o meu melhor”, afirmou, ao passo que João Fernando foi ambicioso: “Garantir um quadro de honra seria um resultado que me ia deixar satisfeito. Eu já competi com os meus adversários e vou sempre com o sonho e objetivo de medalhar”.

As provas de judo têm lugar entre sábado e 03 de agosto, na Arena de Champ de Mars.