Os 26 vencedores chineses de medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos visitam Macau no final deste mês, e “muito provavelmente” também Fu Yuanhui que, apesar de não ter chegado ao ouro, ficou “muito conhecida e famosa”, foi hoje anunciado.
A delegação chinesa chega no dia 29 de agosto e parte a 01 de setembro, com uma agenda que inclui encontros com jovens atletas locais e com o público em geral, visitas às zonas mais desfavorecidas da cidade e passeios pelo património, informou o Governo de Macau.
A lista oficial ainda está por confirmar, mas “os atletas de ouro estarão todos”, juntamente com alguns treinadores, garantiu o presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, afirmando que a presença de outros atletas está também a ser negociada devido à sua popularidade entre o público.
É o caso da nadadora Fu Yuanhui, que ficou conhecida pelas suas declarações humorísticas e estilo descontraído, uma postura que contrasta com a atitude tímida e de autocontrolo adotada pela maioria dos atletas chineses em público. Além da sua expressividade, Fu captou também a atenção internacional por ter quebrado um tabu e justificado uma prestação menos boa com o facto de estar, nessa altura, menstruada.
Apesar de ter ganhado apenas uma medalha de bronze, na final dos 100 metros costas - um resultado discreto para os padrões da China, uma potência nos Jogos -, Fu acabou por eclipsar os restantes desportistas chineses, inclusive os que arrecadaram medalhas de ouro. Só numa semana, sete milhões de pessoas aderiram ao seu ‘microblog’.
Pun Weng Kun disse que Fu é “muito conhecida e famosa” e, por isso, pediram a sua presença. “Muito provavelmente estará cá também, mas falta a confirmação”, disse. Em Hong Kong, onde a delegação estará imediatamente antes de Macau, a sua presença já foi confirmada.
Na agenda dos medalhados chineses está a cerimónia “Nosso Orgulho – Exibição dos Medalhados Olímpicos”, que conta com vários espetáculos e vai permitir aos espetadores interagir com os atletas. Vão ser distribuídos 4.500 bilhetes, sendo a cerimónia também transmitida na televisão.
Os vencedores olímpicos vão também visitar três “zonas comunitárias”, para a “camada mais vulnerável poder contactar com os atletas”, que lhes vai transmitir “valores positivos e espírito de luta”, explicou o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, José Tavares.
Por fim, os medalhados vão encontrar-se com 1.500 jovens de Macau, num evento em que os atletas locais podem competir, de forma recreativa, com os vencedores olímpicos, de modo a “aprenderem o espírito de persistência” e “intensificarem o seu amor pela pátria”, disse o presidente do Instituto do Desporto.
A visita da delegação e respetivas atividades vão custar ao Governo de Macau 12 milhões de patacas (1,3 milhões de euros). Tal como em anos anteriores, vão ser distribuídos prémios pecuniários, em nome de “personalidades da sociedade”, mas o valor não foi ainda divulgado.
Quanto à eventual participação de atletas locais nos Jogos Olímpicos, Pun Weng Kun disse ser intenção de Macau pertencer “à grande família olímpica”. “Vamos continuar a fazer os possíveis [para fazer parte do Comité Olímpico Internacional] mas temos de estar bem equipados e continuar a formar os atletas locais”, afirmou.
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