O atleta norte-americano Michael Johnson, que detinha o recorde mundial dos 400 metros até Wayde Van Niekerk o bater nos Jogos Olímpicos Rio2016, felicitou hoje a façanha do sul-africano, considerando-a “simplesmente incrível”.
Johnson já tinha visto cair um dos seus dois recordes de exceção, o dos 200 metros, que o jamaicano Usain Bolt lhe ‘roubou’, e agora, na final dos 400 metros, assistiu à consagração de Wayde van Niekerk, a embalar para 43,03 segundos, menos 15 centésimos do que a marca que estava nos quadros desde 26 de agosto de 1999 (em Sevilha).
“Quando ele saiu eu disse: ‘Atenção, vamos ter um recorde mundial’. Eu esperava mais um recorde de 43,10 segundos, mas não 43,03”, disse, em entrevista ao diário desportivo L’Equipe, o ex-atleta, que assistiu à prova como comentador da BBC.
“O importante nunca foi conseguir recordes, mas tudo o que tive que fazer para os conseguir. Isto é aquilo de que estou orgulhoso, e isso não vai mudar porque alguém melhora esses resultados”, afirmou.
O desportista admitiu, porém, que o sentimento seria diferente caso não estivesse retirado: “Se ainda estivesse a competir e fosse vencido por outro seria diferente, estaria furioso e faria tudo para recuperar o meu recorde. Ficaria obcecado diariamente e em cada treino”.
O atletismo vive uma evolução extraordinária, avaliou o ex-atleta, que acredita que a modalidade sobreviveu à sua retirada e superará também a do jamaicano Usain Bolt.
“Talvez seja demasiado cedo para o dizer, mas acredito, pelo que tenho visto, que Van Niekerk pode tornar-se na nova estrela do nosso desporto. (…) Acreditem em mim, este rapaz não para de nos surpreender”, assinalou, referindo-se ao sul-africano, de 24 anos, praticamente desconhecido até ao ano passado, quando ganhou nos Mundiais e que agora conseguiu uma das melhores marcas do atletismo da última década.
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