
Pela primeira vez na história, as mulheres vão ter mais atletas dos que os homens em Jogos Olímpicos, apesar de em Los Angeles2028 se manterem os 15.500 competidores de Paris2024, informou o Comité Olímpico Internacional (COI).
Após os normais reajustes de programa, o conselho executivo do COI decidiu que vai haver 5.333 mulheres (50,7%) em competição e 5.167 homens (49,3%), uma diferença de 166, num total de 351 eventos com medalhas, mais 22 do que em Paris2024 (329).
“Estas decisões foram baseadas em números. Desde a procura de bilhetes e audiências das transmissões televisivas nos últimos Jogos, a cobertura dos Media, a crescente popularidade do desporto feminino, cuja promoção é uma das apostas do COI”, explicou um porta-voz do COI.
Novidade é o facto de todas as modalidades coletivas passarem a ter pelo menos o mesmo número de equipas femininas e masculinas, o que levou, por exemplo, o polo aquático a acrescentar duas formações de mulheres, totalizando agora 12 de cada sexo.
A maior revolução verificou-se no futebol, no qual vai haver 16 formações de mulheres e 12 de homens, números invertidos em relação a Paris2025. As equipas femininas apresentam-se com as melhores jogadoras, enquanto no masculino isso não acontece.
O programa vai ser composto por 31 modalidades desportivas, mais cinco sugeridas pela organização local, e aceites pelo COI, que vai alocar 698 lugares para o basebol/softbol, críquete, ‘flag football’ (futebol americano), lacrosse e squash.
Estas modalidades adicionais incluem 322 atletas do sexo feminino e 376 do masculino.
De igual forma, foram reforçadas as provas mistas, passando de 19 para 25, enquanto 161 são femininos e 165 masculinos.
As novidades nas competições mistas verificam-se no tiro com arco, no atletismo (4x100 metros), golfe, ginástica, remo costeiro e ténis de mesa.
A estreia do remo costeiro vai implicar equipas individuais de cada género e uma mista, enquanto no boxe vai haver uma categoria de peso adicional nas mulheres.
Na escalada, os desafios de boulder e lead passam a ser competições separadas.
No basquetebol 3x3, estreado em Tóquio2020, vai haver uma expansão de quatro equipas de cada sexo, passando ambos de oito a 12.
“O programa da LA28 foi desenvolvido com base nos pedidos das federações desportivas internacionais ao COI. A decisão do CE seguiu a recomendação da Comissão do Programa Olímpico e os princípios aprovados em 2023, que exigem Jogos igualitários em género, apelativos globalmente, conscientes de custos e complexidade, e centrados nos atletas”, esclareceu o COI.
Neste processo, foi revelado que 24 das 31 federações internacionais olímpicas solicitaram alterações ao seu programa de competição em relação a Paris 2024, sendo que no total foram pedidos 46 novos eventos (16 masculinos, 17 femininos e 13 mistos), seis dos quais para substituir existentes, totalizando assim 40 adicionais.
Foram ainda solicitados 772 lugares extras ao contingente inicial de 10.500 atletas, nomeadamente 339 masculinos e 433 femininos.
Confrontado sobre o possível impacto negativo da guerra comercial declarada pelos Estados Unidos ao resto do Mundo, o porta-voz do COI assumiu que o tema passou ao lado da reunião, contudo revelou a vontade do organismo em “adaptar-se às circunstâncias locais”, convicto de que serão encontradas “boas soluções” entre o comité organizador e o governo em Washington.
“Não se discutiu esse ponto. Mas não podemos especular nesta fase. O movimento desportivo sempre enfrentou desafios... e sempre se adaptou. Temos de estar confiantes”, referiu o representante.
De igual modo, o COI não se quis pronunciar quanto à questão dos vistos de entrada no país, processo que as autoridades norte-americanas têm, assumidamente, dificultado cada vez mais.
Esta foi a primeira reunião do comité executivo do COI liderada pela nova presidente, Kirsty Coventry, a primeira mulher a liderar o organismo em 131 anos da sua história.
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