No Rio2016, Isabela Miró está a viver, através do namorado Gastão Elias, o sonho olímpico que ouviu contar ao crescer, uma experiência que é ainda mais emocionante para a ex-tenista por ser vivida em ‘casa’.
Presença assídua e vibrante nas bancadas do Centro Olímpico de Ténis, Isabela Miró é já um rosto familiar para quem segue a carreira do namorado. Mas, mais do que nunca, a experiência de acompanhar o número dois nacional está a ser especial.
“É muito legal. Tenho-o acompanhado no último ano e meio, mas sendo no Brasil – o Rio não é a minha cidade, mas o Brasil é a minha casa -, posso levá-lo aos sítios que conheço, apresentá-lo à minha família. Está a ser muito emocionante”, confessou à agência Lusa.
Filha de Gisele Miró, que representou o ténis brasileiro em Seul1988 e conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianópolis de 1987, Isabela encontrou no Rio2016 as histórias da sua infância.
“A minha mãe contou-me muita coisa de quando participou nos Jogos Olímpicos, então estava ansiosa por poder ver isso pessoalmente. Eu nunca tive a oportunidade de visitar uma Aldeia Olímpica e tudo o resto e agora estou a viver tudo juntamente com o Gastão”, disse, entusiasmada.
‘Isa’ seguiu as pisadas da progenitora e jogou ténis desde os quatro anos. “Joguei sempre a um nível muito competitivo, cheguei a ser profissional até aos 18 anos. Nessa altura, tive de optar entre ser profissional e ir para a faculdade, com uma bolsa, nos Estados Unidos. E aí os estudos falaram mais alto até por eu não ter os resultados que a minha mãe tinha na minha idade”, explicou à Lusa.
Com 23 anos, a brasileira de Curitiba está a estudar Sports Management em Miami – “Tinha de ser, para cuidar da carreira do Gastão no futuro” -, mas já se considera “um bocado” manager do namorado.
“Estou por dentro de tudo, no que posso ajudar, no que posso dar palpites, dou, sem pensar duas vezes. No que for para ajudar, dou a minha opinião. Ele gosta muito de ter uma namorada que percebe de ténis. Trocamos ideias, ele pede-me opinião sobre os torneios a jogar, o que eu acho de algumas coisas, até em relação ao treinador”, revelou.
No entanto, Isabela é muito mais que namorada e conselheira do novo número 60 do ranking ATP. No ‘challenger’ de Mestre, um dos dois que o tenista luso venceu esta temporada, foi treinadora, fã e ‘sparing partner’.
“O torneio em Itália foi espetacular. Estávamos sozinhos, ele estava sem treinador. Ele começou a avançar muito no torneio e ficou sem rapazes para treinar e aí eu aqueci com ele todos os dias e ele acabou por ganhar”, lembrou.
Hoje, quando Gastão Elias voltar a pisar os ‘courts’ do Centro Olímpico de Ténis, a namorada lá estará a apoiá-lo, estando disposta a adiar sucessivamente o voo para Curitiba até que o número 60 do ‘ranking’ mundial seja eliminado.
“Eu acho que ele não tem limites. Ele está a jogar num nível altíssimo. Ele tem demonstrado isso no último ano, em que tem jogado a um nível excecional. Acredito no potencial dele. Se jogar confiante e achando que pode ganhar, pode ir bem longe”, prognosticou, assumindo que umas hipotéticas meias-finais com Andy Murray seriam “um sonho”.
“Eu vou estar na cadeirinha. Enquanto ele for ganhando, vou continuar a adiar a minha passagem para ficar aqui”, prometeu.
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