O presidente francês, Emmanuel Macron, disse hoje que os atletas israelitas são bem-vindos nos Jogos Olímpicos de Paris, que começam na sexta-feira, 26 de julho, defendendo que “devem poder competir com as suas cores”.

“Sempre disse que é o COI (Comité Olímpico Internacional) que vai decidir, e nós não fazemos política com os Jogos”, afirmou o chefe de Estado, numa entrevista ao canal France 2,

Emmanuel Macron condenou ainda “com a maior veemência possível todos aqueles que, de alguma forma, colocam em risco estes atletas”, respondendo às declarações de vários eleitos do partido França Insubmissa (LFI, esquerda radical) que denunciaram a “dualidade de critérios” entre atletas israelitas e russos, um pequeno número dos quais competirá sob uma bandeira neutra.

Emmanuel Macron reiterou que está “muito ligado à solução dos dois Estados (israelita e palestiniano) e a um cessar-fogo”, defendendo que “o que está a acontecer em Gaza hoje é inaceitável”.

No sábado, durante uma manifestação de apoio ao povo palestiniano, o deputado da LFI Thomas Portes afirmou que “os atletas israelitas não são bem-vindos aos Jogos Olímpicos de Paris”, apelando ao “prazo limite” dos Jogos Olímpicos e à utilização de “todas as alavancas para criar mobilizações”, o que Macron considerou “inadmissível”.

Também o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjourné, denunciou as declarações como “irresponsáveis e perigosas” na segunda-feira, acrescentando que a delegação israelita era “bem-vinda em França”.

O Comité Olímpico Palestiniano anunciou na segunda-feira que tinha pedido ao COI para excluir os atletas israelitas, argumentando, em particular, que Israel tinha violado a trégua olímpica ao levar a cabo “bombardeamentos em Gaza que resultaram em vítimas civis”.